ONU condena ataques israelenses em Rafah: "inferno na terra"
Bombardeios aéreos atingiram acampamento humanitário e mataram ao menos 45 civis
Camila Stucaluc
A Agência das Nações Unidas para Refugiados Palestinos (UNRWA) condenou os ataques israelenses na cidade de Rafah, último abrigo dos palestinos na Faixa de Gaza. Os bombardeios foram lançados contra um acampamento humanitário no último domingo (26), resultando na morte de ao menos 45 civis. Dezenas de pessoas ficaram feridas.
"As informações provenientes de Rafah sobre novos ataques a famílias que procuram abrigo são horríveis. Há relatos de causalidades em massa, incluindo crianças e mulheres entre os mortos. Gaza é o inferno na terra. As imagens da noite passada são mais uma prova disso. Nenhum lugar é seguro. Ninguém está seguro", escreveu a UNRWA.
O mesmo foi dito pelo chefe de direitos humanos da ONU, Volker Turk, que expressou horror com a morte de civis nos ataques israelenses. Em comunicado, ele pediu mudanças nas políticas de guerra de Israel e exortou um cessar-fogo.
O ataque ainda gerou uma série de críticas de líderes internacionais, incluindo Estados Unidos, União Europeia e Itália. Na França, o presidente Emmanuel Macron também repudiou o bombardeio no acampamento humanitário, manifestando indignação com a violência. Um protesto foi organizado para criticar o ato israelense em Paris.
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Em meio à repercussão, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, reconheceu que, apesar dos esforços para não ferir civis, houve um "erro trágico" no ataque. "Nós estamos investigando o incidente e vamos obter uma conclusão, pois essa é a nossa postura", disse o premiê em discurso ao Parlamento.