Netanyahu diz que o Hamas deve se desarmar ou 'o inferno vai se instalar'
Na visão do primeiro-ministro, este é o próximo grande objetivo, agora que os reféns vivos foram devolvidos às suas famílias

SBT News
Benjamin Netanyahu fez uma declaração em tom de ameaça ao Hamas. Em entrevista à rede de notícias americana CBS News, o primeiro-ministro de Israel afirmou que o grupo palestino deve entregar suas armas e se desmilitarizar "ou o inferno vai se instalar." Na visão do premiê, este é o próximo grande objetivo, agora que os reféns vivos foram devolvidos às suas famílias.
"Primeiro, o Hamas precisa entregar suas armas", disse Netanyahu em entrevista ao coapresentador do "CBS Mornings", Tony Dokoupil, em Tel Aviv, nesta terça-feira (14). "E segundo, é preciso garantir que não haja fábricas de armas dentro de Gaza. Não haja contrabando de armas para Gaza. Isso é desmilitarização", acrescentou o primeiro-ministro, ressaltando esperar que esse processo ocorra "pacificamente".
Mais cedo, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deu declaração semelhante, também em tom de ameaça. Em coletiva na Casa Branca, ao lado do presidente da Argentina, Javier Milei, ele afirmou que, se o Hamas não se desarmar, "nós os desarmamos, e isso acontecerá de forma rápida e talvez violenta". "Mas eles se desarmarão", acrescentou.
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O posicionamento do Hamas sobre um eventual processo de desmilitarização do grupo é incerto. Nos últimos dias, funcionários do alto escalão do grupo emitiram declarações contraditórias sobre a questão.
No último sábado (11), um alto funcionário do Hamas afirmou que o desarmamento do grupo estava "fora de discussão". Dias depois, outra fonte, também do alto escalão, disse que o grupo estava pronto para interromper operações armadas. Essa mesma fonte afirmou que a organização vai abrir mão do controle da Faixa de Gaza.
"Para o Hamas, a governança da Faixa de Gaza é uma questão encerrada", disse a fonte à agência de notícias Agence France-Presse (AFP), sob condição de anonimato. "O Hamas não participará de forma alguma da fase de transição, o que significa que abriu mão do controle da Faixa, mas continua sendo uma parte fundamental do tecido palestino."