Mundo registra 11º mês consecutivo de recorde de calor
Temperatura média superficial ficou em 15,03ºC em abril; oceanos também registraram marcas acima da média
A Terra registrou o abril mais quente da história. Dados do observatório europeu Copernicus, divulgados nesta quarta-feira (8), mostram que o mês teve uma temperatura média superficial de 15,03ºC, número 0,14ºC superior ao recorde anterior, em 2016. O valor também está 1,58°C acima em comparação ao período pré-industrial (1850-1900).
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Este é o 11º mês consecutivo com recorde de calor. Desde junho do ano passado, o planeta vem quebrando recordes de temperatura, sobretudo devido à intensificação da crise climática. O El Niño também influenciou o aumento das temperaturas globais, já que o fenômeno meteorológico atingiu seu pico no início deste ano.
Em abril, a temperatura da superfície dos oceanos também ficou acima da média em grande parte do mundo: os termômetros atingiram média de 21,04°C – maior valor registrado para o mês. Segundo os dados europeus, este é o 13º mês consecutivo em que a temperatura da superfície do mar foi a mais quente para o período.
A divulgação do relatório confirma o avanço da crise climática no mundo, causada, sobretudo, pela emissão de gases de efeito estufa. Em janeiro, a Copernicus já havia previsto que a temperatura global iria ultrapassar, nos primeiros meses do ano, o limite de 1,5ºC — em relação aos níveis pré-industriais —, estipulado pelo Acordo de Paris.
O cenário é preocupante, uma vez que o aquecimento acima da meta deve provocar consequências extremas para o meio ambiente e a humanidade, como o aumento de queimadas, secas, chuvas torrenciais e transmissão de doenças por mosquitos. Outra consequência é o derretimento em maior velocidade das geleiras, que podem deixar cidades costeiras, como o Rio de Janeiro (RJ), submersas.
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“Enquanto as variações de temperatura associadas a ciclos naturais como o El Niño vêm e vão, a energia extra retida nos oceanos e na atmosfera pelo aumento das concentrações de gases estufa continuará empurrando a temperatura global em direção a novos recordes”, alertou Carlo Buontempo, diretor do Serviço de Mudanças Climáticas da Copernicus.