Muçulmano socialista pode ser o próximo prefeito de Nova York
Zohran Mamdani surpreendeu ao vencer ex-governador Andrew Cuomo nas primárias e pode se tornar o primeiro prefeito de origem indiana da cidade

SBT News
com informações da Associated Press
O Partido Democrata já decidiu qual será o seu candidato nas eleições que vão escolher o novo prefeito de Nova York, nos Estados Unidos: numa reviravolta inesperada, o deputado estadual Zohran Mamdani, que é socialista, muçulmano e de origem indiana, foi escolhido, após derrotar nas primárias Andrew Cuomo, ex-governador de Nova York e favorito até então.
Cuomo, que liderava nas primeiras pesquisas, aceitou a derrota ainda nessa terça-feira (24), mesmo que a contagem das cédulas ainda deva durar por mais alguns dias, pois os resultados preliminares da pesquisa de opinião indicaram que Mamdani tinha uma liderança provavelmente irreversível.
+ Parlamento do Irã aprova a suspensão da cooperação com órgão de vigilância nuclear da ONU
Com a vitória praticamente garantida, Mamdani discursou aos apoiadores: "Serei seu candidato democrata à prefeitura de Nova York".
"Serei o prefeito de todos os nova-iorquinos, tenham votado em mim, no governador Cuomo, ou mesmo se tenham se sentido desiludidos demais com um sistema político quebrado para votar", declarou. "Trabalharei para ser um prefeito do qual vocês terão orgulho."
+ Deslizamento de terra deixa ao menos 10 mortos e 15 desaparecidos na Colômbia
Mamdani, que é deputado estadual desde 2021, pode se tornar o primeiro prefeito muçulmano e de origem indiana da cidade, caso seja eleito. O atual prefeito, Eric Adams, não disputou as primárias. Ele está concorrendo como independente e entra na disputa enfraquecido por escândalos políticos.
Cuomo e Mamdani representavam visões políticas diferentes dentro do Partido Democrata – um candidato jovem e progressista, o outro, um moderado experiente.
+ Vulcão Rinjani: escalada de 3.726 metros onde brasileira morreu tem histórico de acidentes graves
Cuomo teve o apoio de líderes locais importantes, sindicatos e comitês de ação política que arrecadaram grandes somas para sua campanha, enquanto Mamdani recebeu apoio de figuras conhecidas do Partido Democrata, como a deputada Alexandria Ocasio-Cortez e o senador Bernie Sanders, mas com poucos doadores.
O desfecho da disputa pode indicar o tipo de liderança que os democratas buscam diante do segundo mandato do presidente Donald Trump.
A disputa era vista como um teste decisivo para o partido, que busca ajustar a mensagem após as derrotas eleitorais em novembro de 2024, quando os republicanos reconquistaram a Casa Branca e a liderança em ambas as casas do Congresso.