Militar que vazou documentos ultrassecretos é condenado a 15 anos de prisão nos EUA
Arquivos divulgados incluíam informações sobre a guerra na Ucrânia; réu se declarou culpado
O militar Jack Teixeira, que vazou documentos ultrassecretos dos Estados Unidos, foi condenado a 15 anos de prisão. A sentença foi divulgada na terça-feira (12), pelo Tribunal Federal de Boston. O militar, de 22 anos, se declarou culpado de seis acusações de retenção intencional e transmissão de informações confidenciais.
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Antes de ser preso, em abril de 2023, Teixeira era aviador de 1ª classe na Base da Guarda Nacional Aérea de Massachusetts. Ele trabalhava nas operações de defesa cibernética e era especialista em suporte de tecnologia da informação. Como era requerido para seu cargo, tinha autorização de segurança ultrassecreta.
Segundo a promotoria, em janeiro de 2022, Teixeira começou a acessar centenas de documentos confidenciais relacionados a tópicos de guerra – incluindo a invasão russa na Ucrânia, que começou naquele ano. Poucos meses depois, ele postou informações confidenciais no aplicativo on-line Discord em servidores privados.
O militar chegou a ser repreendido duas vezes em 2022 pelo manuseio de informações confidenciais e advertido por anotar informações de inteligência nacional. Mesmo assim, ele continuou compartilhando os dados confidenciais e também começou a publicar fotos de centenas de documentos na mídia social – todos com marcas de “sigiloso”.
“Os documentos e informações divulgados ilegalmente por Teixeira discutiram uma série de tópicos, incluindo descrições do conflito Rússia-Ucrânia e movimentos de tropas em uma determinada data. As informações que ele reteve e disseminou foram derivadas de inteligência sensível dos EUA, coletadas por meio de fontes e métodos classificados”, informou o Departamento de Justiça dos Estados Unidos.
A pasta disse ainda que, pouco antes de ser preso, Teixeira tentou ocultar as atividades ilegais, destruindo e descartando seus dispositivos eletrônicos e excluindo suas contas online. Ele também incentivou seus conhecidos virtuais a fazer o mesmo.
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"Jack Teixeira compartilhou repetidamente informações confidenciais de defesa nacional em uma plataforma de mídia social na tentativa de impressionar amigos anônimos na internet. A profunda quebra de confiança de Teixeira colocou em risco a segurança nacional de nosso país e de nossos aliados. Esta sentença demonstra a seriedade da obrigação de proteger os segredos de nosso país”, disse o procurador-geral Merrick B. Garland.