Suspeito de vazar documentos confidenciais do Pentágono é preso
Identificado como Jack Teixeira, o jovem é membro da Inteligência da Guarda Nacional de Massachusetts
O procurador-geral dos Estados Unidos, Merrick Garland, confirmou, nesta 5ª feira (13.abr), a prisão de um homem suspeito de vazar na internet dezenas de documentos do Departamento de Defesa altamente sigilosos.
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Jack Teixeira "foi preso sem incidentes" e deve se apresentar em breve a um tribunal no estado de Massachusetts, disse Garland em uma breve coletiva de imprensa.
Mais cedo, o presidente americano, Joe Biden, informou que a investigação sobre a divulgação de documentos confidenciais dos Estados Unidos "se aproximava" de um resultado, enquanto a imprensa americana já indicava um membro da Guarda Nacional como possível responsável pelo vazamento.
Os documentos vazados revelaram preocupação sobre a viabilidade de uma próxima contraofensiva das forças de Kiev contra as tropas russas, assim como sobre as defesas aéreas ucranianas, e deram sinais de espionagem de aliados por parte dos Estados Unidos.
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"Está sendo realizada uma investigação completa, com a comunidade de inteligência e o Departamento de Justiça e estão se aproximando de algumas conclusões", disse Biden durante visita à Irlanda.
Os comentários do presidente se seguiram a uma reportagem do jornal The Washington Post, segundo a qual um homem que trabalhava em uma base militar americana havia publicado centenas de páginas de documentos em um grupo chamado Thug Shaker Central na plataforma de redes sociais Discord.
O The New York Times, por sua vez, noticiou que havia identificado uma "pista de provas digitais" que apontava para um jovem membro da Guarda Aérea Nacional como o líder do grupo e responsável pelo vazamento, apesar de deixar claro que não havia sido identificado oficialmente como suspeito.
O jornal o identificou como Jack Teixeira, um membro de 21 anos da Inteligência da Guarda Nacional de Massachusetts.O Wall Street Journal também apontou para um membro da Guarda Aérea Nacional e disse que poderia haver uma prisão nesta 5ª feira.
Segundo os relatórios, o suposto autor dos vazamentos, que se identificava como "OG", publicava regularmente documentos no grupo há meses.
O grupo de cerca de 24 pessoas, inclusive Rússia e Ucrânia, se uniu por sua "paixão mútua por armas, equipamento militar e Deus" e formou um "clube na Discord apenas para convidados em 2020", destacou o Post, que, assim como o Times, citou membros não identificados do Thug Shaker Central.
Implicações para a segurança nacional
Jack Teixeira disse aos membros do grupo que passava parte do dia "dentro de uma instalação segura que proibia os telefones celulares e outros dispositivos eletrônicos", segundo o Post.
Primeiro transcreveu o conteúdo dos documentos classificados para compartilhar com o grupo, mas logo começou a tirar fotos e pedir aos demais membros que não as compartilhassem, destacou o periódico.
Ele tinha uma "visão sombria do governo" e "falava dos Estados Unidos, e particularmente das forças de ordem e do serviço de inteligência, como forças sinistras que tentavam reprimir os cidadãos e mantê-los na escuridão", acrescentou o Post, citando um dos membros do grupo.
A porta-voz da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, disse que os Estados Unidos estão "verificando as implicações para a segurança nacional" do vazamento, que motivou uma investigação criminal por parte do Departamento de Justiça.
Devido ao vazamento, o Departamento de Defesa também tomou medidas para restringir ainda mais o acesso a este tipo de informação confidencial, disse Jean-Pierre a jornalistas da comitiva de Biden.
Washington também quer que as empresas de redes sociais "evitem facilitar" a divulgação de material deste tipo, afirmou.
"Acreditamos que as empresas de redes sociais têm a responsabilidade para com seus usuários e com o país de administrar a infraestrutura do setor privado que criaram e agora operam", disse Jean-Pierre.
Um porta-voz da Discord disse à AFP que a segurança dos usuários é uma prioridade e que conteúdos que violam suas políticas podem acarretar usuários banidos, servidores interrompidos e alertas à polícia.
"Em relação à aparente violação de material confidencial, estamos cooperando com as forças de ordem", disse o porta-voz. "Como a investigação está em andamento, não podemos fazer mais comentários neste momento".