Milhares de franceses protestam contra a extrema-direita após 1º turno das eleições
Pesquisa de boca de urna realizada por quatro institutos aponta vitória da extrema-direita nas eleições legislativas
Milhares de franceses formam às ruas de Paris para protestar contra o partido de extrema-direita Reagrupamento Nacional (RN), que obteve um forte desempenho no primeiro turno das eleições legislativas, realizado neste domingo (30).
"Estamos caminhando para o extremo. As pessoas não entendem que isso nos afetará por anos e anos. Esta é uma França de ódio que está crescendo, não uma França de solidariedade e união", afirmou a Cynthia Fefoheio, estudante de ciências políticas, em entrevista para a Associated Press.
Em meio à multidão, que aumentava a cada minuto na noite deste domingo, muitos lamentaram a perspectiva do segundo turno das eleições, que decidirá a composição do parlamento e quem será o primeiro-ministro.
O Reagrupamento Nacional já estava em uma posição forte para controlar a poderosa câmara baixa do parlamento, o que colocaria um primeiro-ministro fundamentalmente oposto às políticas do presidente francês Emmanuel Macron, tanto no país quanto no exterior.
Como funciona a eleição parlamentar na França?
A Assembleia Nacional da França tem 577 cadeiras, um para cada um dos seus distritos eleitorais. Para obter a maioria absoluta, um partido precisa de 289 assentos em uma eleição que pode ter segundo turno.
Primeiro turno: no domingo das eleições, um candidato parlamentar precisa obter mais de 50% dos votos para ser eleito diretamente. Se nenhum candidato atingir essa maioria absoluta, os dois principais candidatos, juntamente com qualquer outro que tenha recebido o apoio de mais de 12,5% dos eleitores registrados no distrito, avançam para o segundo turno.
Segundo turno: o segundo turno geralmente ocorre uma semana após o primeiro. Nesta fase, os eleitores podem escolher entre os dois principais candidatos que passaram do primeiro turno. Em alguns casos, três ou até quatro candidatos podem avançar para o segundo turno, mas é comum que alguns candidatos desistam para aumentar as chances de um concorrente que tenha mais chances de derrotar um candidato de extrema-direita, como ocorreu na última eleição, por exemplo.
*com informações da Associated Press