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Marina Silva chama COP29 de "difícil experiência": "Países desenvolvidos têm obrigações de fazer aportes"

Após impasse, conferência do clima da ONU fechou acordo de US$ 300 bilhões anuais para combate a mudanças climáticas

Marina Silva chama COP29 de "difícil experiência": "Países desenvolvidos têm obrigações de fazer aportes"
Marina Silva em discurso final na COP29 | Reprodução/YouTube
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A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, chamou de "difícil experiência" as negociações de investimentos contra crise climática discutidas na COP29, a conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre o tema, em Baku, no Azerbaijão.

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"É fundamental, sobretudo após a difícil experiência que estamos tendo aqui em Baku, chegar a um resultado minimamente aceitável para todos nós, diante da emergência que estamos vivendo", disse a ministra, em discurso como autoridade brasileira na plenária final da COP29.

Acordo saiu após atraso e impasse

Após longo atraso e impasse, países ricos, os mais poluentes, chegaram a um acordo para investir US$ 300 bilhões por ano no combate a mudanças climáticas. O prazo inicial terminou na sexta (22), dia de encerramento oficial da conferência.

O valor avançou em relação ao valor inicial, de US$ 280 bilhões até 2035, mas ficou distante da proposição dos países em desenvolvimento, que pediam US$ 1,3 trilhão.

"Os países em desenvolvimento não estão buscando esses recursos para benefício próprio, mas em benefício de todos. Então, os países desenvolvidos têm obrigações, conforme o Acordo de Paris [COP21], de fazer esses aportes que ajudem a alavancar recursos privados. Mas, é preciso garantir aquilo que é essencial e que assegure, também, uma base para países mais vulneráveis fazerem já suas transições e suas adaptações", reforçou a ministra.

+ COP29: texto do Brasil sobre clima tem como base relatórios da ONU, mas é criticado por organizações

"Assumimos não deixar ninguém para trás. Todos estamos imbuídos que voltemos todos ao processo da negociação para que possamos contemplar aqueles objetivos estratégicos que são colocados por cada grupo, principalmente quando se trata de países e segmentos tão vulneráveis diante do problema da mudança do clima", falou.

Em coletiva de imprensa, a ministra foi questionada por uma jornalista sobre possível mudança de postura dos Estados Unidos a partir de 2025, quando o presidente eleito Donald Trump retornará à Casa Branca para um segundo mandato. Ela respondeu que "não paramos quando os Estados Unidos não entraram no protocolo de Kyoto e no Acordo de Paris".

"Mas também não deixamos de reconhecer que é um prejuízo muito grande", reconheceu. "Não só para os países em desenvolvimento, os desenvolvidos que estão nessa agenda, mas um prejuízo para toda a humanidade, inclusive um prejuízo político porque o povo americano está sofrendo as consequências dos eventos climáticos extremos que estão ficando cada vez mais frequentes e intensos", completou.

Marina: COP30, em Belém, será "COP das COPs"

Marina Silva também comentou expectativas em torno da próxima edição da conferência, a COP30, que será realizada em novembro de 2025 no Brasil, em Belém. Para ela, o encontro na Amazônia será a "COP das COPs".

"Fazer da COP30, no território tão simbólico da Amazônia, o momento da vida para restaurar tudo aquilo que parece que estamos perdendo, a cada situação extrema que estamos enfrentando, é um dos maiores desafios que temos pela frente", disse.

A ministra também reforçou compromisso do Brasil com cumprimento das Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs, na sigla em inglês), que trazem metas de cada país para redução de gases do efeito estufa, responsáveis pelo aquecimento global.

"Até a COP30, nosso objetivo central passa a ser alinhar NDCs suficientemente ambiciosas para alcançar a missão 1,5 grau Celsius (ºC)", disse.

*Com informações da Agência Brasil

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