Manifestantes anti-imigração tentam incendiar hotel de requerentes de asilo na Inglaterra
Tumulto foi liderado pela extrema-direita; governo fará reunião de emergência para analisar situação
Camila Stucaluc
Um grupo de manifestantes anti-imigração tentou incendiar um hotel que abrigava requerentes de asilo em Rotherham, na Inglaterra, no domingo (4). Os protestantes chegaram a invadir o local, mas foram contidos pela polícia. 10 agentes ficaram feridos no confronto e um ficou inconsciente após ser atingido por uma tábua de madeira.
O tumulto segue uma onda de violência liderada pela extrema direita devido ao assassinato de três meninas em Southport, na última segunda-feira (29). Informações falsas divulgadas nas redes sociais sugeriram que o suspeito do ataque com faca era um imigrante radical islâmico, o que levou manifestantes anti-imigração a convocarem protestos.
A polícia, no entanto, esclareceu que o suspeito nasceu no Reino Unido e não está relacionado ao terrorismo. Ele está sob custódia e enfrenta acusações de três homicídios, 10 tentativas de homicídio e uma de posse de arma branca.
Pelas redes, a secretária do Interior, Yvette Cooper, condenou as ações dos manifestantes. “O ataque criminoso a um hotel que abriga requerentes de asilo em Rotherham é absolutamente terrível. Atear fogo deliberadamente a um prédio com pessoas dentro. A polícia tem total apoio do governo para ações rígidas contra os responsáveis.”
Até o momento, 150 pessoas foram presas nos protestos, que, além de Rotherham, se espalharam por Tamworth, Middlesbrough, Bolton, Hull e Weymouth, e outras partes da Inglaterra. Em meio à onda de violência, o governo do Reino Unido convocou uma reunião de resposta de emergência em Downing Street nesta segunda-feira (5).
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"As pessoas neste país têm o direito de estar seguras e, no entanto, vimos comunidades muçulmanas serem alvos, ataques a mesquitas. Outras comunidades minoritárias destacadas, saudações nazistas nas ruas, ataques à polícia, violência desenfreada ao lado de retórica racista, então, não vou me esquivar de chamá-lo do que é: banditismo de extrema direita”, disse o primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer.