EUA anulam acordo que livraria mentor do 11 de setembro de pena da morte
Decisão foi tomada após protestos de familiares das vítimas; acordo também envolvia outros dois cúmplices do ataque
O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, anulou, na sexta-feira (2), o acordo judicial feito com Khalid Sheikh Mohammed, acusado de ser o mentor dos atentados de 11 de setembro. A decisão foi tomada após protestos de familiares das vítimas, já que o acordo livraria Mohammed da pena de morte caso ele se declarasse culpado.
O acordo envolvia ainda dois cúmplices de Mohammed nos ataques: Walid Bin Attash e Mustafa al-Hawsawi. Eles deveriam apresentar as confissões à comissão militar na Baía de Guantánamo, em Cuba, já na próxima semana. Em troca, o trio cumpriria prisão perpétua, em vez de irem a julgamento com possibilidade de condenação à pena capital.
“Determinei que, à luz da importância da decisão de se chegar a acordos pré-julgamento com os acusados, a responsabilidade de tal decisão deve recair sobre mim”, disse Austin em memorando dirigido à Susan Escallier, supervisora dos casos. "Por meio deste, retiro os três acordos pré-julgamento que você assinou em 31 de julho de 2024.”
Quem é Khalid Sheikh Mohammed?
Khalid Sheikh Mohammed é um militante islâmico e membro da organização terrorista Al-Qaeda. Ele é de origem paquistanesa e foi educado nos Estados Unidos antes de se envolver com grupos militantes islâmicos.
Mohammed foi capturado em 1º de março de 2003, no Paquistão, por uma operação conjunta das agências de inteligência paquistanesas e da CIA. Após sua captura, ele foi transferido para vários locais de detenção da CIA e, posteriormente, levado para a prisão de Guantánamo, em Cuba. Em 2008, ele confessou seu papel nos ataques de 11 de setembro, bem como envolvimento em outros ataques e planos terroristas.
Mohammed é considerado uma figura central na estrutura da Al-Qaeda, tendo ocupado vários cargos de liderança na organização.
Ataque de 11 de setembro
O ataque de 11 de setembro de 2001 foi uma série de ataques terroristas coordenados pela organização extremista Al-Qaeda contra os Estados Unidos. O caso é tratado como o maior atentado terrorista da história.
Na manhã daquele dia, 19 terroristas sequestraram quatro aviões comerciais. Dois desses aviões foram deliberadamente colididos contra as Torres Gêmeas do World Trade Center, em Nova York, provocando o colapso de ambos os edifícios.
Um terceiro avião atingiu o Pentágono, sede do Departamento de Defesa dos Estados Unidos, em Arlington, Virgínia. O quarto avião, o voo United 93, caiu em um campo na Pensilvânia após os passageiros tentarem retomar o controle dos sequestradores.
Esses ataques resultaram na morte de quase 3.000 pessoas e feriram mais de 6.000, causando também danos significativos à infraestrutura e à economia dos Estados Unidos.
+ 22 anos do 11 de setembro: veja o que mudou nos aeroportos desde os atentados
Além das vidas perdidas e do impacto econômico imediato, o 11 de setembro teve profundas consequências políticas e sociais, levando à Guerra ao Terror, à invasão do Afeganistão e ao aumento das medidas de segurança nacional nos Estados Unidos e ao redor do mundo.