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Mãe de adolescente que matou 4 estudantes nos EUA é culpada, diz promotor

Essa é a primeira vez que julgamento sobre responsabilidade parental por massacre em escola ocorre no país

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Quatro estudantes assassinados por um adolescente, em Michigan, nos Estados Unidos, poderiam ter sido salvos se os pais do atirador não fossem negligentes com a saúde mental do jovem. Essa é a acusação declarada por um dos promotores, na quinta-feira (25), em um julgamento incomum sobre a responsabilidade parental.

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Em 30 de novembro de 2021, Ethan Crumbley, com 15 anos à época, estudava no colégio Oxford High. 

Ele entrou em um banheiro com uma mochila, sacou uma pistola semiautomática e saiu atirando em outros alunos que passavam pelo corredor.

As vítimas foram Tate Myre, 16, Hana St. Juliana, 14, Madisyn Baldwin e Justin Shilling, ambos com 17.

A mãe, Jennifer Crumbley, estava ciente do quadro mental e do isolamento social de Ethan. 

E, segundo a promotoria, quatro dias antes do crime, ao invés dos pais levarem o jovem para a terapia, ele recebeu de presente uma arma Sig Sauer 9 mm.

No dia seguinte, a mãe levou o garoto para utilizar a nova pistola, em um campo de tiro. 

O primeiro dia de depoimento terminou com a declaração de um dos instrutores afirmando que o adolescente parecia confiante ao examinar seus alvos de papel e ajudar a mãe a manusear a arma 9mm.

Na data do massacre, um professor do jovem havia encontrado um desenho dele que tinha uma pistola apontada para as palavras “Os pensamentos não param. Ajude-me”. 

Imediatamente, os pais foram chamados para uma reunião escolar e, após onze minutos do encontro, a mãe e o pai James Crumbley não quiseram levar o garoto para casa, preferindo-o deixar na escola. Em seguida, o crime ocorreu.

Por um lado, o promotor Marc Keast afirma que as ações do Ethan eram totalmente previsíveis. “Mesmo que ela (mãe) não tenha puxado o gatilho, ela é responsável por essas mortes”, disse.

Por outro, a defesa dos pais alega que Jennifer, principalmente, foi manipulada pelo filho e não tem culpa dos assassinatos. 

Segundo a advogada Shannon Smith, a mãe, que vai testemunhar em sua própria defesa, era uma “hiper-vigilante e se importava mais com seu filho do que qualquer coisa do mundo”, conta.

Além disso, a defesa argumenta que a promotoria do caso quer utilizar um curativo para estancar uma hemorragia, fazendo uma analogia ao profundo quadro de saúde do garoto e a cultura de ataques às escolas que se sobrepõe no país.

Ethan Crumbley foi condenado para a prisão perpétua após se declarar culpado de homicídio, terrorismo e outros crimes.

Os pais estão presos há mais de dois anos e não têm condições de pagar a fiança de US$ 500 mil. 

Essa é a primeira vez, nos Estados Unidos, que os responsáveis são acusados de um tiroteio em massa em uma escola. A pena máxima é de 15 anos, em caso de condenação.

*Com informações da Associated Press

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