Líder do Hezbollah diz que explosões de dispositivos é "declaração de guerra" e promete "retaliação"
Aparelhos de comunicação explodiram no Líbano e mataram 37 pessoas nesta semana. Grupo extremista diz que Israel é responsável
O líder do Hezbollah afirmou, nesta quinta-feira (19) que os recentes episódios de ataques no Líbano é "uma declaração de guerra" e prometeu "retaliação". Sayyed Hassan Nasrallah disse que Israel é culpado por explodir aparelhos de comunicação no país e matar 37 pessoas, incluindo crianças, e ferir outras 3 mil.
Nasrallah disse estar pronto para uma ofensiva de Israel no Líbano e afirmou que a operação seria uma "oportunidade histórica" para o Hezbollah. "Estamos em nosso território", afirmou.
As explosões aconteceram em dois dias durante esta semana. Na terça-feira (17), aparelhos conhecidos como pagers, usados pelo Hezbollah, eclodiram em diferentes regiões do país. Um dia depois, na quarta (18), walkie-talkies, também ligados à organização, foram detonados. Com isso, a tensão entre ambos os países escalou.
A partir daí, a tensão no Oriente Médio fez com que Israel deslocasse seu exército para o Norte do país, perto do Líbano. Em comunicado, o país disse que este é o "início de uma nova fase da guerra". Israel não se pronunciou sobre as acusações de ser o responsável pelos ataques.
De acordo com informações do jornal norte-americano The New York Times, o serviço de inteligência de Israel elaborou um plano de longo prazo, utilizando tecnologia sofisticada, e criou uma empresa de fachada para vender pagers com explosivos já instalados ao Hezbollah. Dessa forma, Israel teria o controle sobre as detonações, conforme relatado pelo jornal.
Ambos os países lançaram novos ataques através da fronteira enquanto durante o discurso do líder nesta quinta-feira (19). O Hezbollah atacou pelo menos quatro vezes no Norte de Israel, e dois soldados israelenses foram mortos. Israel, por sua vez, lançou ataques no sul do Líbano.
O Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) se reunirá nesta sexta (20) para discutir as explosões.
Entenda a conexão entre as explosões no Líbano e a guerra em Gaza
O líder do Hezbollah afirmou que continuará os bombardeios em Israel enquanto a guerra em Gaza continuar, prometendo que Israel não será capaz de trazer seu povo de volta para a região da fronteira.
O Hezbollah é uma organização com atuação política no Líbano que possui um braço armado. O grupo é aliado do Irã e do Hamas, organização que está em guerra contra Israel. O conflito já deixou mais de 30 mil palestinos mortos.
Desde 7 de outubro de 2023, quando o Hamas invadiu Israel e provocou uma guerra no Oriente Médio, o Hezbollah vem atacando o território israelense em apoio e solidariedade ao grupo terrorista. Na ocasião, o Hamas sequestrou diversos israelenses e os usa como moeda de troca atualmente.
Como resposta, Israel tem bombardeado estruturas do Hezbollah no Líbano. Em julho, um ataque matou Fuad Shukr, um dos comandantes do grupo extremista, o que gerou uma promessa de vingança.
As hostilidades entre Israel e Hezbollah, que chegaram a travar uma guerra sangrenta em 2006, se aprofundaram após o início da guerra em Gaza.
(Com informações da AP)