Ministro de Israel anuncia 'nova fase da guerra' e desloca tropas para o Norte, perto do Líbano
Hezbollah, aliado do Hamas, responsabiliza Israel por conta das recentes explosões no Líbano que mataram centenas de pessoas
Murillo Otavio
O ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, anunciou, nesta quarta-feira (18), que o "centro de guerra" está se descolando para o Norte do país, região de fronteira com o Líbano. O Líbano que vem sofrendo ataques há dois dias e acusa o exército israelense por explosões que mataram centenas de pessoas.
Em comunicado, Yoav diz que "recursos de segurança e de energia estão sendo alocados" para região e acrescentou que este é o "início de uma nova fase da guerra", que Israel trava contra o grupo extremista Hamas na Faixa de Gaza.
A declaração do ministro ocorre em meio à série de ações no Líbano — atribuídas a Israel, que não confirma — contra meios de comunicação analógicos do movimento libanês Hezbollah, incluindo pagers e walkie-talkies.
Assista abaixo reportagem do SBT Brasil sobre as explosões e confira como são os aparelhos que causaram os ataques no Líbano. Os equipamentos foram cedidos ao SBT pela loja Super Anos 80.
Pelo segundo dia seguido, o Líbano enfrenta explosões de equipamentos. Nesta quarta (18), walkie-talkies, também ligados à organização, detonaram em várias partes do país. As explosões deixaram 14 mortos e centenas de feridos, segundo o Ministério da Saúde.
Na terça-feira (17), pagers usados pelo Hezbollah explodiram, matando 12 pessoas. Imagens mostram detonações em áreas com aglomerações, além de incêndios em carros e apartamentos.
+O que são pagers? Entenda como funcionam os dispositivos que explodiram no Líbano
Na primeira retaliação após as explosões, o Hezbollah disse ter atacado o norte de Israel nesta quarta-feira (18). Segundo o grupo extremista, os ataques, feitos com lançamento de foguetes, atingiram posições de artilharia israelenses, mas não disse se houve vítimas.
Entenda a conexão entre as explosões no Líbano e a guerra em Gaza
O Hezbollah é uma organização com atuação política no Líbano que possui um braço armado. O grupo é aliado do Irã e do Hamas, organização que está em guerra contra Israel. O conflito já deixou mais de 30 mil palestinos.
Desde 7 de outubro de 2023, quando o Hamas invadiu Israel e provocou uma guerra no Oriente Médio, o Hezbollah vem atacando o território israelense em apoio e solidariedade ao grupo terrorista. Na ocasião, o Hamas sequestrou diversos israelenses e os usa como moeda de troca atualmente.
Como resposta, Israel tem bombardeado estruturas do Hezbollah no Líbano. Em julho, um ataque matou Fuad Shukr, um dos comandantes do grupo extremista, o que gerou uma promessa de vingança.
As hostilidades entre Israel e Hezbollah, que chegaram a travar uma guerra sangrenta em 2006, se aprofundaram após o início da guerra em Gaza.
(Com informações da AP)