Líder de gangue do Haiti promete lutar até que primeiro-ministro renuncie
Jimmy Chérizier alertou que onda de violência pode levar à guerra civil e ao genocídio no país
O Haiti segue enfrentando ondas de violência desde o último fim de semana, quando gangues armadas invadiram as duas maiores prisões do país e libertaram mais de 3 mil detentos. Jimmy Chérizier, um poderoso líder de gangues locais, afirmou que o atual caos no país levará à guerra civil caso o primeiro-ministro Ariel Henry não renuncie.
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"Se Ariel Henry não renunciar, se a comunidade internacional continuar a apoiá-lo, estaremos a caminhar diretamente para uma guerra civil que levará ao genocídio. Ou o Haiti se torna um paraíso ou um inferno para todos nós. Está fora de questão que um pequeno grupo de pessoas ricas que vivem em grandes hotéis decida o destino das pessoas que vivem em bairros da classe trabalhadora", disse Chérizier.
A declaração foi dada nessa terça-feira (5), quando o primeiro-ministro estava tentando voltar para o Haiti. Ele passou os últimos dias no Quênia, onde participou de negociações para o envio de forças policiais internacionais para ajudar a estabilizar a situação no país.
Isso porque o Haiti vem enfrentando uma grave crise política e de segurança desde o assassinato do presidente Jovenel Moïse, em 2021. A violência é causada por gangues armadas, que assumiram o controle de várias áreas do país, incluindo a capital, Porto Príncipe. Os grupos pedem a renúncia de Henry e a convocação de novas eleições.
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Chérizier, também conhecido como "Barbecue", está entre as gangues que seguem aterrorizando o território haitiano. Ele comanda um dos grupos mais poderosos do país: o G9 e Família. Por ser considerado responsável por graves violações aos direitos humanos, o líder já recebeu sanções dos Estados Unidos e das Nações Unidas (ONU).