Líder da oposição na Venezuela rechaça ideia de uma nova eleição: "falta de respeito"
Presidente Lula propôs um novo pleito no país vizinho após autoridades não divulgarem atas das urnas, mas declararem vitória de Nicolas Maduro
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Líder da oposição venezuelana, María Corina Machado, disse nesta quinta-feira (15) que é uma "falta de respeito" com a população a hipótese levantada por Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de convocar uma nova eleição no país. As eleições foram realizadas dia 28 de julho e o atual presidente, Nicolás Maduro, foi declarado vencedor pelo Conselho Eleitoral Nacional, num resultado contestado pela oposição, pelo governo brasileiro e por grande parte da comunidade internacional. “Propor ignorar o que aconteceu em 28 de julho, para mim, é uma falta de respeito pelos venezuelanos, que deram tudo", disse Machado em conferência virtual com meios de comunicação chilenos e argentinos. “As eleições aconteceram e a sociedade venezuelana se manifestou em condições muito adversas, onde houve fraude, e ainda assim conseguimos vencer", completou. O resultado divulgado pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) apontou Nicolas Maduro vencedor da eleição. O órgão, que é aliado do governo chavista, não divulgou as atas eleitorais, documentos que atestariam a lisura do processo.
O resultado não é reconhecido pela oposição, que aponta diversos casos de fraude e, a partir de uma amostra das atas de urna, defende a vitória do candidato Edmundo González. Segundo María Corina, há provas suficientes para provar que Maduro perdeu o pleito.
Em entrevista à Rádio T, do Paraná, o chefe do Palácio do Planalto disse que o resultado do pleito só poderá ser confirmado após a divulgação dos dados, o que não aconteceu. "Se ele [Maduro] tiver bom senso, ele poderia fazer conclamação ao povo e convocar novas eleições", afirmou.
A ideia surgiu após os presidentes Lula e o colombiano Gustavo Petro conversarem por telefone. Ambos os países conduzem negociações para chegar a uma solução para o impasse. Eles têm o apoio dos Estados Unidos. O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, também se manifestou em apoio a novas eleições na Venezuela.