Legisladores americanos e brasileiros assinam carta em defesa da democracia
Manifesto foi assinado por parlamentares que integraram a CPMI dos atos de 8 de janeiro e por deputados democratas dos EUA
No último dia de reuniões na capital Washington, nesta quinta-feira (2), os parlamentares brasileiros que integram a CPI dos atos de 8 de janeiro de 2023 se reuniram com Jamie Raskin. O democrata integrou o Comitê americano que investigou a invasão do Capitólio no dia 6 de janeiro de 2021. "Exploramos algumas ideias de integrar parlamentares ao redor do mundo na defesa específica da democracia", disse Raskin ao fim da reunião. "Basicamente qualquer partido que queira defender e preservar a democracia liberal e plural contra um sistema autoritário."
Parlamentares brasileiros e americanos assinaram uma carta para defesa das instituições democráticas. "A carta tem um compromisso com as liberdades, com a democracia", explicou a senadora Eliziane Gama (PSD-MA). "Cada parlamentar em todo mundo que queira assinar, fará essa adesão", disse a senadora, afirmando que a reunião com Raskin foi produtiva.
"Estados Unidos e Brasil viveram momentos muito tensos, o 6 de janeiro e o 8 de janeiro, então a carta iniciada por esses dois parlamentos é o indicativo para o mundo. Acho que novas adesões virão, e a gente sai daqui, de fato, com o dever cumprido, com a delegação brasileira tendo, realmente, cumprido a sua meta e a sua ambição, que é uma unidade em torno da democracia brasileira, americana, e, naturalmente, em todo o mundo", concluiu a senadora.
O senador Humberto Costa (PT-PE) disse que o manifesto é o embrião de uma grande mobilização nos parlamentos mundiais para estabelecer fortemente a defesa da democracia. "Nós também queremos reafirmar eleições livres, transparentes e a legitimidade e a confiabilidade das eleições", disse o deputado Henrique Vieira (PSOL-RJ). "Não é uma frente partidária específica, é uma frente suprapartidária, em torno da democracia, em torno da pluralidade de ideias, e procura ter como foco o extremismo, práticas autoritárias e antidemocráticas" afirmou o deputado do Rio de Janeiro.
"É uma reunião histórica", disse o deputado Rogério Correa (PT-MG). "Daqui sai um amplo movimento mundial em defesa da democracia e que vai se articular contra o autoritarismo e extremismo da ultra direita no mundo".
O deputado Rafael Brito (MDB-AL) pontuou que Raskin se surpreendeu com o fato de a legislação brasileira estar mais avançada do que a americana em casos de atos de conspiração contra um país. "O Brasil está muito à frente do que eles conseguiram conquistar aqui nos Estados Unidos. Isso é importante que a gente diga, porque o trabalho da CPMI do 8 de janeiro já traz resultados práticos de defesa da liberdade das pessoas, da democracia, coisa que ainda não conseguiram trazer aqui nos Estados Unidos", afirmou o deputado.