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Justiça de Londres autoriza prosseguimento parcial do processo de Felipe Massa contra F1 e FIA

Tribunal rejeita pedido para reverter resultado de 2008, mas mantém ação por possível indução à quebra de contrato ligada ao escândalo do "crashgate"

Imagem da noticia Justiça de Londres autoriza prosseguimento parcial do processo de Felipe Massa contra F1 e FIA
Felipe Massa | Foto: reprodução/Getty Images
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O processo movido por Felipe Massa contra a Fórmula 1, seu ex-chefe Bernie Ecclestone e a FIA, entidade máxima do automobilismo, poderá prosseguir parcialmente, decidiu o Tribunal Superior de Londres nesta quinta-feira (20). O ex-piloto da Ferrari sustenta que deveria ter sido campeão mundial de 2008, título que perdeu para Lewis Hamilton por apenas um ponto.

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Massa pediu que a Justiça declarasse que ele deveria ter sido o vencedor do campeonato e também solicitou uma indenização de cerca de 64 milhões de libras (US$ 83,63 milhões).

O caso gira em torno do escândalo conhecido como “crashgate”, no Grande Prêmio de Singapura de 2008. Massa liderava a prova desde a pole position quando Nelson Piquet Jr. bateu de forma deliberada para beneficiar seu companheiro de equipe na Renault, Fernando Alonso, que acabou vencendo a corrida.

Em 2009, Piquet revelou que recebeu ordens dos dirigentes da equipe para provocar o acidente, que mais tarde resultou no banimento dos responsáveis. Os advogados de Massa alegam que Ecclestone sabia que a batida foi intencional e que ele, junto ao então presidente da FIA, Max Mosley, não tomou providências para apurar o caso.

O juiz Robert Jay decidiu que as alegações relacionadas à indução à quebra de contrato podem prosseguir, argumentando que Massa possivelmente não tinha conhecimento de que poderia processar até a publicação de uma entrevista de Ecclestone em 2023. No entanto, rejeitou o pedido para que o resultado do campeonato fosse revisto, afirmando que o tribunal não pode “reescrever o resultado do Campeonato Mundial de Pilotos de 2008”.

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Já os advogados da F1, da FIA e de Ecclestone argumentam que a ação foi apresentada fora do prazo e que erros estratégicos da Ferrari e do próprio Massa foram determinantes para a perda do campeonato.

O juiz ainda ponderou que, caso fique comprovado que Massa apenas perdeu a chance de um resultado melhor, isso deverá ser compensado exclusivamente por indenização financeira, sem alteração do desfecho esportivo.

ENTENDA A DISPUTA DE MASSA CONTRA A F1 E FIA

Nelson Piquet. Jr afirmou ter recebido ordens para bater o carro no GP de Singapura | Foto: reprodução/FOM
Nelson Piquet. Jr afirmou ter recebido ordens para bater o carro no GP de Singapura | Foto: reprodução/FOM

Felipe Massa moveu o processo em março de 2024 contra a Fórmula 1, a FIA e Bernie Ecclestone para contestar o resultado do Mundial de 2008, perdido por um ponto para Lewis Hamilton. A ação se baseia no escândalo do “crashgate”, quando Nelson Piquet Jr. bateu deliberadamente no GP de Singapura para favorecer Fernando Alonso.

A batida forçou a entrada do safety car e alterou toda a dinâmica da corrida, prejudicando Massa e beneficiando Alonso. Durante sua parada nos boxes, o brasileiro enfrentou problemas que comprometeram sua pontuação e impactaram diretamente na disputa pelo título.

Em entrevista ao site F1 Insider, Ecclestone afirmou que ele e Max Mosley sabiam que o acidente havia sido proposital, mas não agiram para “proteger o esporte de um grande escândalo”. A defesa de Ecclestone, porém, declarou ao tribunal que ele não se recorda de ter concedido essa entrevista.

Massa sustenta que, se houvesse investigação adequada na época, os resultados da prova poderiam ter sido anulados e o título de 2008 teria sido seu. A Justiça, no entanto, já indicou que não irá revisar o resultado oficial do campeonato, limitando a disputa à possibilidade de indenização por danos.

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