Justiça da Argentina ordena prisão de 61 foragidos do 8 de janeiro
Ordens foram emitidas após pedidos de extradições enviados pelo Supremo Tribunal Federal
A Justiça da Argentina emitiu, na sexta-feira (16), mandados de prisão contra os 61 brasileiros que foram condenados por participação nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023 e estão foragidos no país. A decisão, citada pela imprensa argentina, foi da 3ª Vara Federal e ocorreu após pedido do Supremo Tribunal Federal (STF).
Os alvos do pedido de extradição são investigados na Operação Lesa Pátria – a qual procura por apoiadores, financiadores e participantes da invasão aos prédios dos Três Poderes. Segundo investigações, os acusados cruzaram a fronteira de maneira clandestina, inclusive escondidos em porta-malas de veículos, para driblar as ordens de prisão.
Ao todo, a Polícia Federal contabilizou 63 foragidos na Argentina. Destes, dois foram presos na última quarta-feira (14) pela polícia da província de Buenos Aires.
Um deles é Joelton Gusmão de Oliveira, condenado a 17 anos de prisão por cinco crimes, incluindo abolição violenta do Estado Democrático de Direito, dano qualificado e associação criminosa armada. Ele chegou a ser preso após os atos golpistas, mas foi liberado pelo STF para o cumprimento de medidas cautelares enquanto aguardava julgamento.
O relatório policial diz que Joelton foi detido após uma agente que patrulhava as ruas da cidade de La Plata observar que o brasileiro estava com atitudes suspeitas. Ao averiguar os dados, as autoridades argentinas identificaram um pedido de captura e detenção contra Joelton, após solicitação de extradição pela Justiça brasileira.
O outro detido, também no município de La Plata, é Rodrigo Moro Ramalho, condenado a 14 anos de prisão. Tanto ele como Joelton irão aguardar audiência para determinar o curso das extradições – com possibilidade de apelação à Corte Suprema da Argentina. A intenção, segundo o governo argentino, é cumprir as determinações do STF.
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Ao todo, o Ministério das Relações Exteriores (MRE) calcula que cerca de 180 envolvidos nos atos golpistas do ano passado podem estar foragidos. Além da Argentina, os investigados cruzaram a fronteira para Uruguai e Paraguai.