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Judeus ultraortodoxos passam a ser obrigados ao serviço militar em Israel

Militares disseram que são capazes de alistar 3 mil este ano; 66 mil são elegíveis para alistamento

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Decisão do Supremo Tribunal representa uma derrota para o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu | Reprodução
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O Supremo Tribunal de Israel decidiu na terça-feira (25) por unanimidade que judeus ultraortodoxos devem ser convocados para o serviço militar obrigatório. A decisão é considerada histórica e pode levar ao colapso da coligação governamental do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.

Na decisão, o Tribunal concluiu que o Estado realizava “uma aplicação seletiva inválida, que representa uma violação grave do Estado de direito e do princípio segundo o qual todos os indivíduos são iguais perante a lei”.

Não foi dito quantos ultraortodoxos deveriam ser convocados, mas os militares disseram que são capazes de alistar 3 mil este ano. De acordo com Shuki Friedman, especialista em religião e assuntos de Estado e vice-presidente do Instituto de Política do Povo Judeu, cerca de 66 mil homens ultraortodoxos são agora elegíveis para o alistamento.

Durante décadas, o grupo foi isento do serviço militar, ao mesmo tempo que o alistamento era obrigatório para a maior parte da população. Este acordo criava rusgas na população, que via privilégios ao ultraortodoxos.

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Os atritos ficaram mais evidentes após o agravamento do conflito contra o Hamas, na Faixa de Gaza. Mais de 600 soldados foram mortos desde o ataque do Hamas em 7 de outubro.

Os ultraortodoxos veem o estudo religioso integral como parte na proteção do Estado. Muitos temem que um maior contato com a sociedade distancie os adeptos da estrita observância da fé.

Governo Netanyahu

Os partidos ultraortodoxos, contra a medida, são considerados poderosos, donos de uma posição estratégica na coligação que mantém Netanyahu no poder. Agora, existe a possibilidade de que abandonem o governo, com popularidade em queda, forçando novas eleições.

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Netanyahu, por sua vez, deve ter dificuldade em adiar a questão ou aprovar leis para restaurar as isenções. Durante as discussões, os advogados do governo disseram ao tribunal que forçar os homens ultraortodoxos a se alistarem “despedaçaria a sociedade israelita”. *Com informações da Associated Press

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