Judeus ultraortodoxos bloqueiam rodovia e protestam contra serviço militar obrigatório em Israel
Supremo Tribunal aprovou decisão que revoga isenção do grupo no alistamento militar
Camila Stucaluc
Centenas de judeus ultraortodoxos foram às ruas em Israel, na quinta-feira (27), protestar contra a decisão do Supremo Tribunal que obrigou o alistamento militar. Até então, o grupo era isento do serviço militar obrigatório por questões religiosas, mas, devido à guerra de Israel contra o Hamas, na Faixa de Hamas, a norma foi revogada.
O protesto ocorreu em uma importante rodovia no centro de Israel, por duas horas. Os manifestantes sentaram e deitaram na via, impedindo a passagem dos veículos, levantando cartazes com dizeres como “À prisão! Não ao Exército!". Policiais da cavalaria foram mobilizados para liberar o trecho, o que provocou confusão no local.
Essa não é a primeira vez que os judeus ortodoxos protestam contra o alistamento militar. Em abril, o grupo se reuniu em frente a um dos escritórios de inscrição do exército para pedir que o Supremo não revogasse a isenção – solicitada pelo ministro da Defesa, Yoav Gallant. O protesto também terminou em confronto entre manifestantes e policiais.
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Em ambos os atos, os manifestantes afirmaram que o serviço militar é incompatível com os valores dos judeus ultraortodoxos e que a norma pode desencadear uma guerra fratricida – quando habitantes de um mesmo país ou membros de um mesmo povo entram em conflito armado. Isso poderia levar ao colapso do governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, que conta com maior apoio de partidos e seguidores ultraortodoxos.