Grupo de crianças doentes e feridas deixa Gaza na primeira evacuação médica desde maio
Autoridades de saúde dizem que milhares de palestinos precisam de tratamento médico no exterior, sendo centenas de casos urgentes
Um grupo de 68 pessoas, sendo 19 crianças doentes ou feridas e seus acompanhantes, deixou a Faixa de Gaza nesta quinta-feira (27) e entrou no Egito na primeira evacuação médica desde maio, quando a única passagem foi fechada.
As crianças e seus acompanhantes deixaram a Faixa de Gaza através da passagem de Kerem Shalom. Os pacientes devem viajar primeiramente para o Egito e depois para outra região para tratamento médico.
A guerra entre Israel e Hamas, que já dura quase nove meses, devastou o setor de saúde de Gaza e forçou a maioria de seus hospitais a fechar. Autoridades de saúde dizem que milhares de pessoas precisam de tratamento médico no exterior, incluindo centenas de casos urgentes.
A passagem de Rafah entre Gaza e Egito, a única disponível para as pessoas entrarem ou saírem, foi fechada depois que as forças israelenses a capturaram durante operação na cidade no início do mês passado. O Egito se recusou a reabrir seu lado da passagem até que o lado de Gaza seja devolvido ao controle palestino.
Seis das crianças foram transferidas para o Hospital Nasser do Hospital Al-Ahli na Cidade de Gaza no início desta semana. Cinco têm câncer e uma sofre de síndrome metabólica. A evacuação foi organizada pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Em uma coletiva de imprensa no Hospital Nasser na quinta-feira, o Dr. Mohammed Zaqout, chefe dos hospitais de Gaza, disse que a evacuação estava sendo conduzida em coordenação com a OMS e três instituições de caridade americanas.
Zaqout disse que mais de 25.000 pacientes em Gaza precisam de tratamento no exterior, incluindo cerca de 980 crianças com câncer, um quarto das quais precisam de "evacuação urgente e imediata".
Ele disse que os casos incluídos na evacuação deSTA quinta-feira são “uma gota no oceano” e que a rota complicada através de Kerem Shalom e para o Egito não pode servir como alternativa à passagem de Rafah.
Zaqout disse que 21 crianças estavam originalmente programadas para sair na quinta-feira, mas uma chegou ao hospital tarde demais para fazer a partida. Não ficou claro o que impediu a outra criança de se juntar à evacuação.
*com informações da Associated Press
