Itamaraty resgata 7 brasileiros no Haiti em meio à onda de violência
País caribenho teve ruas dominadas por gangues e fechou aeroporto internacional

Camila Stucaluc
O governo federal realizou, na quarta-feira (10), a retirada de sete brasileiros do Haiti. O resgate, feito por helicóptero, aconteceu em meio à escalada da violência no país, que provocou o fechamento do aeroporto internacional de Porto Príncipe, capital. Outros 59 nacionais, por sua vez, decidiram permanecer no Haiti ou sair por meios próprios.
“Os nacionais partiram em dois voos de helicóptero rumo à cidade fronteiriça de Jimaní, na República Dominicana, onde foram recebidos por funcionários da Embaixada em São Domingos e trasladados até a capital. Na operação foi incluída, a pedido e às custas do governo alemão, cidadã alemã idosa, por razões humanitárias”, informou o Itamaraty.

O Haiti vem enfrentando uma grave crise política e de segurança desde o assassinato do presidente Jovenel Moïse, em 2021. A violência é causada por gangues armadas, que assumiram o controle de várias áreas do país, incluindo a capital.
O cenário, no entanto, se intensificou em março desde ano, quando gangues invadiram as duas maiores prisões do país e libertaram mais de 3 mil detentos. Desde então, houve diversos confrontos entre gangues e policiais, além de ataques em vias públicas. Em meio à crise, o governo decretou estado de emergência e impôs toque de recolher.
As ameaças fizeram com que o primeiro-ministro Ariel Henry renunciasse ao cargo. O político vinha sendo pressionado por gangues a deixar o governo e convocar novas eleições. Jimmy Chérizier, um poderoso líder das gangues locais, por exemplo, chegou a afirmar que o caos no país levaria à guerra civil caso o premiê não renunciasse.









