Irã diz não querer escalada, mas afirma que deve punir Israel pela morte de líder do Hamas
Ismail Haniyeh, que vivia no Catar, foi alvo de ataque enquanto estava hospedado em Teerã
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Nasser Kanaani, disse que o país não pretende aumentar as tensões no Oriente Médio, mas que precisa punir Israel pela morte do líder político do Hamas, Ismail Haniyeh. Ele foi vítima de um ataque enquanto estava hospedado em Teerã, a convite do governo, na última semana.
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"O Irã busca estabelecer a estabilidade na região, mas isso só virá com a punição do agressor e a criação de dissuasão contra o aventureirismo do regime sionista", disse Kanaani, acrescentando que uma retaliação será inevitável.
A declaração foi dada após reunião com embaixadores e chefes de missões estrangeiras internacionais em Teerã, na segunda-feira (5). No encontro, os integrantes do Ministério das Relações Exteriores reafirmaram que o ataque israelense foi uma violação da soberania iraniana e que o “ato terrorista nada mais era do que o uso ilegal da força”.
Além de reafirmar a futura retaliação, Kanaani pediu aos Estados Unidos que parem de apoiar Israel, dizendo que a comunidade internacional “falhou no dever de salvaguardar a estabilidade na região" e que os países devem apoiar a "punição do agressor". Segundo ele, uma nova reunião será feita na quarta-feira (7) para discutir a resposta do país.
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A declaração de Kanaani acontece em meio aos alertas da comunidade internacional, que teme uma escalada da violência no Oriente Médio. Isso porque, com as ameaças do Irã e do Hamas, além do Hezbollah, que também teve membros assassinados, Israel aumentou o nível de alerta, dizendo que cobrará “um preço muito alto” por qualquer agressão.