Greve geral na Argentina: companhias aéreas brasileiras cancelam todos voos para o país
Sindicatos argentinos iniciaram protestos nesta quinta (09) contra políticas econômicas, como o "plano motoserra", anunciadas por Javier Milei
Wagner Lauria Jr.
Os sindicatos argentinos iniciaram, nesta quinta-feira (09), uma greve geral contra as políticas econômicas do governo de Javier Milei. Em razão disso, diversos serviços no país estão sendo afetados, dentre eles grande parte dos voos brasileiros para o país foram cancelados. A Gol e a Latam, por exemplo, informaram que suspenderem a operação para o país vizinho em razão dos protestos.
Segundo as empresas, os voos serão remanejados sem custos para os passageiros. Além disso, a empresa estatal de aviação argentina, Aerolíneas, cancelou todos seus voos nesta quinta. Milei já demonstrou intenção de privatizá-la, como aconteceu no governo do peronista de direita Carlos Menem, em 1990 e, depois, voltou a ser estatal no governo de Cristina Kirchner, em 2008.
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É a segunda greve geral em cinco meses de governo Milei, presidente do país desde janeiro deste ano.
Transporte público, bancos e supermercados afetados
Além dos aeroportos e o transporte aéreo, como a maioria dos sindicatos do país aderiu à paralisação por 24 horas, serviços de transporte público, transporte marítimo, supermercados, escolas e bancos também serão afetados pelas manifestações.
Por que o país está em greve?
Desde que assumiu, Milei tenta aprovar um amplo pacote de reformas, incluindo reformas trabalhistas, uma lista de empresas que seriam privatizadas (como a Aerolíneas) e cortes de investimentos em algumas áreas, como a cultura, trazendo a concentração de alguns poderes em sua mão no que ele chama de "plano motoserra".
Sobre as medidas econômicas propostas por Milei, Hugo Yasky, secretário-geral da Central de Trabajadores e Trabajadoras de la Argentina (CTA), postou no X que a greve era contra
"Um governo que só beneficia os ricos às custas do povo, doa recursos naturais e busca eliminar os direitos dos trabalhadores".
Já o porta-voz da presidência, Manuel Adorni, disse que "é uma greve que não tem motivo ou justificativa aparente".