Greta Thunberg diz ter sido torturada em prisão de Israel após detenção de flotilha
Sueca afirmou que ativistas detidos ficaram sem água potável e remédios em prisão; Israel nega as acusações

SBT News
com informações da Reuters
A ativista sueca Greta Thunberg afirmou nesta terça-feira (7) que ela e outros integrantes da Flotilha Global Sumud, detidos por Israel, foram “sequestrados e torturados” durante a prisão.
A declaração foi feita em uma coletiva de imprensa em Estocolmo, após Thunberg retornar ao seu país. A sueca afirmou que não recebeu água potável e que outros detidos foram privados de medicamentos essenciais.
“Pessoalmente, não quero compartilhar aquilo a que fui submetida porque não quero que vire manchete ‘Greta foi torturada’. Essa não é a história aqui”, disse a ativista, ressaltando que as experiências em Gaza são “muito piores”.
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O Ministério das Relações Exteriores de Israel não respondeu imediatamente aos questionamentos da Reuters, mas negou repetidamente as acusações de maus-tratos.
“Todos os detidos tiveram acesso à água, comida e banheiros; não lhes foi negado o acesso a um advogado e todos os seus direitos legais foram plenamente respeitados”, declarou um porta-voz israelense na semana passada.
Israel também classificou a flotilha como um golpe publicitário em favor do grupo militante Hamas, e já havia detido Thunberg em uma ação semelhante no mar, em junho.
O objetivo da flotilha
A Global Sumud Flotilla tentava chegar a Gaza para entregar suprimentos humanitários e chamar atenção para a crise no enclave palestino, onde mais de 2,2 milhões de pessoas vivem sob bloqueio.
A ONU afirma que a fome é generalizada na região, mas Israel diz que os relatos são “exagerados”.
Thunberg foi detida com 478 ativistas e expulsa de Israel na segunda-feira (6).
Ativistas suecos afirmaram que Thunberg foi empurrada e forçada a segurar uma bandeira israelense durante a detenção — relato que ela não confirmou durante a coletiva.
Os participantes também acusaram o governo da Suécia de não oferecer assistência suficiente. Em nota, o governo disse que desaconselhou viagens a Gaza, mas forneceu apoio consular e cobrou boas condições de tratamento aos cidadãos detidos.