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Bebês prematuros dividem máscaras de oxigênio em hospitais superlotados em Gaza

Unicef afirma que Israel impediu quatro tentativas de resgate de incubadoras; OMS alerta para aumento de partos prematuros e colapso no sistema de saúde

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Bebês prematuros são retirados da Cidade de Gaza e enviados para o sul | Foto: reprodução/Reuters
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Israel tem negado repetidamente a permissão para a transferência de incubadoras de um hospital fechado no norte da Faixa de Gaza, segundo um funcionário do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) nesta terça-feira (7). A restrição agrava a crise nos hospitais superlotados do sul, onde recém-nascidos prematuros agora compartilham máscaras de oxigênio e leitos.

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Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), dois anos de guerra entre Israel e o Hamas elevaram os índices de estresse e desnutrição entre gestantes, resultando em um aumento de nascimentos prematuros e bebês com baixo peso.

Um bombardeio israelense no mês passado levou ao fechamento de hospitais na Cidade de Gaza, intensificando a superlotação das unidades ainda em funcionamento no sul.

James Elder, porta-voz do Unicef, descreveu à Reuters cenas de mães e bebês alinhados nos corredores do Hospital Nasser, no sul do território. Segundo ele, prematuros dividem máscaras de oxigênio e camas, enquanto equipamentos vitais permanecem inutilizados em hospitais fechados no norte.

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"Estamos tentando recuperar incubadoras de um hospital evacuado, mas já tivemos quatro missões negadas”, disse Elder, referindo-se ao Hospital Infantil Al-Rantissi, em Gaza. “Em uma das salas de pediatria, havia três bebês e três mães em uma única cama, uma única fonte de oxigênio. As mães alternavam o oxigênio por 20 minutos para cada criança. Esse é o nível de desespero a que chegaram."

O Cogat, órgão militar israelense responsável por supervisionar o fluxo de ajuda humanitária, não respondeu a pedidos de comentário. Israel afirma que permite a entrada de ajuda, mas a controla para evitar o desvio pelo Hamas, a quem atribui a responsabilidade pela crise.

Segundo o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (Ocha), Israel negou ou impediu 45% das cerca de 8 mil missões humanitárias solicitadas desde 7 de outubro de 2023.

O Unicef pede a retirada urgente de bebês doentes e prematuros dos hospitais do norte. A OMS informou que conseguiu transferir três deles para o sul na semana passada, mas um morreu antes da operação. Apenas 14 dos 36 hospitais de Gaza continuam funcionando parcialmente.

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