Governo francês poderá cair após votação na segunda-feira (8); entenda o que acontece depois
Primeiro-ministro, François Bayrou, enfrentará voto de confiança; partidos de oposição adiantaram que votarão contra ele

Reuters
O governo francês sob o comando do primeiro-ministro, François Bayrou, parece prestes a cair, pois ele enfrentará um voto de confiança nesta segunda-feira (8). Acontece que partidos de oposição disseram que votarão contra Bayrou.
Ele convocou o voto de confiança para aprovar planos impopulares de redução orçamentária em 2026.
Na França, um voto de confiança é quando o primeiro-ministro solicita à Assembleia Nacional que confirme apoio ao governo. Se a maioria dos deputados votar contra, o governo perde legitimidade e o premiê pode renunciar.
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O que acontece se o governo cair?
Até agora, o presidente Emmanuel Macron descartou a realização de eleições antecipadas se Bayrou perder, então ele provavelmente teria que encontrar um novo primeiro-ministro, possivelmente de centro-esquerda, depois que suas últimas quatro eleições de centro-direita não conseguiram lidar com um parlamento fragmentado.
No entanto, a França enfrenta instabilidade, disse o professor de ciência política Kevin Arceneaux na quinta-feira (4), já que é difícil ver como um novo primeiro-ministro poderia encontrar apoio suficiente para aprovar um orçamento.
Além disso, com base nas pesquisas atuais, parece improvável que novas eleições alterem a composição das cadeiras na assembleia nacional da França e produzam uma clara maioria governante para qualquer grupo político.
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Impasses
Um grande ponto de discórdia é que há pouco acordo entre os partidos políticos sobre como reduzir a dívida da França, que subiu para 113,9% do PIB, e um déficit que foi quase o dobro do limite de 3% da UE no ano passado.
"As forças de centro-direita querem fazer isso reduzindo gastos, especialmente em serviços sociais. A esquerda quer fazer isso aumentando os impostos sobre os ricos. E essas duas ideias são incompatíveis", disse Arceneaux.
O especialista disse esperar que não haja uma resolução rápida após a votação. Mas o melhor cenário seria que um novo primeiro-ministro "consiga elaborar um orçamento que possa ser aprovado e agrade aos investidores financeiros". Mesmo que isso aconteça, "será bem na hora", acrescentou Arceneaux.