Furacão Melissa ameaça Jamaica e Cuba com tempestade "catastrófica" e ventos de 282 km/h
No Haiti, três pessoas morreram e uma ficou ferida durante a passagem do furacão, segundo a UNICEF; tempestade está na categoria 5
Caroline Vale
com informações da Reuters
A visão por satélite mostrou o furacão Melissa se movendo sobre o Mar do Caribe enquanto se transformava em um furacão de categoria 5, o nível máximo na escala Saffir-Simpson. A tempestade, que avança lentamente em direção à Jamaica e Cuba, registra ventos sustentados de até 282 km/h, segundo o Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos (NHC).
Nessa segunda-feira (27), o NHC classificou Melissa como uma tempestade “catastrófica”, alertando para riscos extremos de inundações, ventos destrutivos e chuvas torrenciais. O órgão prevê que o centro do furacão passe sobre a Jamaica entre a noite de segunda e esta terça-feira (28), e siga pelo leste de Cuba na noite seguinte.
Até quarta-feira (29), a tempestade poderá atingir o arquipélago das Bahamas e às Ilhas Turcas e Caicos, levando risco de inundações severas e ondas de até seis metros.
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Jamaica em alerta máximo e evacuações em massa
Na Jamaica, o governo ordenou evacuações urgentes em comunidades costeiras e áreas vulneráveis. Quase 900 abrigos públicos foram abertos em todo o país, com apoio a famílias que decidiram deixar suas casas.
O primeiro-ministro Andrew Holness declarou estado de alerta e reforçou a gravidade da situação: “Não há infraestrutura na região que resista a uma tempestade de categoria 5. Pedimos que todos os jamaicanos sigam as orientações das autoridades.”
Apesar dos avisos, algumas famílias relutam em sair, temendo saques e perdas de bens pessoais. As forças de segurança intensificaram patrulhas nas áreas em evacuação.

Haiti sente os primeiros impactos e registra mortes
O Haiti já enfrenta chuvas fortes e inundações provocadas pela borda externa do furacão. Na região de Les Cayes, moradores relataram ruas alagadas e destruição de casas. Segundo o UNICEF, três pessoas morreram e uma ficou ferida na capital, Porto Príncipe, durante a passagem das primeiras bandas de Melissa.
Mais de 3.650 haitianos foram deslocados para abrigos temporários, enquanto o governo suspendeu voos de e para a península sul e proibiu a navegação na região.
"Não temos nada em mãos para viver. Se um furacão chegar, estamos ferrados. Se o furacão vier somar-se a todos os problemas que já temos, simplesmente morreremos. Meus filhos, minha esposa e minha família estão em outro lugar; não temos nada para comer para sobreviver. Isso aumenta o problema dos bandidos atirando o dia todo, não há outra saída a não ser morrer", disse um morador à Reuters.
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Para acompanhar o avanço do fenômeno, o 53º Esquadrão de Reconhecimento Meteorológico da Reserva da Força Aérea dos EUA, conhecido como os “Caçadores de Furacões”, sobrevoou Melissa nessa segunda. A missão coleta dados atmosféricos vitais que ajudam o NHC a prever a trajetória e intensidade da tempestade.
Os meteorologistas alertam que o furacão pode causar ventos sem precedentes, chuvas de até um metro e destruição generalizada, agravada pelo movimento lento sobre as águas excepcionalmente quentes do Caribe.









