Milton, Helene, Katrina: Como se escolhe o nome de um furacão
Mais do que um mero apelido, os nomes servem para agilizar a comunicação sobre o evento climático e auxiliar a preparação da população em áreas afetadas
Com a chegada do Furacão Milton na Flórida, nos Estados Unidos, muitos se perguntam como os ciclones tropicais recebem seus nomes. Essa prática não é apenas uma questão de conveniência, mas também uma ferramenta essencial para a comunicação "eficaz de alertas e a preparação da população em áreas afetadas". É o que informa a Organização Meteorológica Mundial (OMM), agência especializada das Nações Unidas (ONU), responsável por monitorar e proteger o clima e o meio ambiente.
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A nomeação de ciclones, segundo a organização, facilita o acompanhamento e a discussão de tempestades, especialmente quando várias estão ativas simultaneamente. Ela também ajuda a evitar confusão entre meteorologistas, veículos de comunicação e o público. Além disso, o uso de nomes específicos simplifica o registro histórico e a pesquisa sobre os impactos e comportamentos desses fenômenos.
Historicamente, as tempestades eram nomeadas de forma desorganizada, muitas vezes depois dos eventos, com base em características específicas. Por exemplo, uma tempestade que danificava um barco poderia ser nomeada a partir do nome do barco. No entanto, a evolução das previsões meteorológicas exigiu um sistema mais eficiente. Foi então que, em meados do século XX, meteorologistas passaram a identificar as tempestades com nomes femininos, seguindo uma lista em ordem alfabética.
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Em 1953, o Centro Nacional de Furacões dos EUA (NOAA) implementou oficialmente essa prática no Atlântico Norte. Em 1979, a lista foi expandida para incluir nomes masculinos, alternando com os femininos.
Katrina, Ilma, Milton
Hoje, a Organização Meteorológica Mundial (OMM) é responsável por definir as listas de nomes, que variam de acordo com a região do mundo. Em algumas áreas, os nomes seguem a ordem alfabética, enquanto em outras, como no Atlântico e no Hemisfério Sul, há alternância entre nomes masculinos e femininos.
As listas são cuidadosamente elaboradas com base em critérios como pronúncia fácil, familiaridade cultural e significado adequado em diferentes idiomas. Nomes que causam grande impacto, como Katrina ou Irma, podem ser retirados da lista após consenso entre os países membros da OMM.
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Geralmente, os países-membros pedem a retirada se o ciclone tropical deixar um grande número de vítimas ou causar danos significativos. A decisão de retirar ou aposentar um nome é alcançada por consenso (ou voto da maioria) durante a sessão do Comitê de Furacões da Associação Regional da OMM que se segue imediatamente à temporada em questão.
Os nomes Fiona, Ian e Ida são alguns exemplos de nomes que foram "aposentados" nos últimos anos.
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Curiosamente, até 2020, quando uma temporada de furacões esgotava a lista de nomes, se recorria ao alfabeto grego. No entanto, após o recorde de 30 tempestades nomeadas em 2020, a OMM decidiu encerrar o uso das letras gregas, criando listas suplementares para eventos futuros.