Vídeo: Equipe dos EUA voa para o olho do furacão Milton e imagens impressionam
Pesquisadores da NOAA utilizaram uma aeronave WP-3D Orion para verificar a intensidade da tempestade e registraram a turbulência durante o voo
Com o furacão Milton se aproximando da costa oeste da Flórida, trazendo ventos devastadores de 249 km/h, uma equipe da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA) embarcou em uma missão para chegar ao olho do fenômeno. As gravações do voo dão uma pequena dimensão da intensidade da tempestade de categoria 5, que deve tocar o solo da Baía de Tampa na noite desta quarta-feira (9).
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Nas imagens, é possível ver a turbulência enfrentada pelos pesquisadores a bordo do avião WP-3D Orion. Se para um passageiro comum, as imagens parecem o prenúncio de queda, para a equipe é apenas mais um dia de coleta de dados cruciais para entender a trajetória e intensidade da tempestade.
Conheça mais sobre a aeronave e o trabalho dos caçadores de furacões da NOAA
Apelidado de "Miss Piggy", o Lockheed WP-3D Orion é um de três aviões conhecidos como "caçadores de furacões" operados pela NOAA, projetados para entrar nas tempestades mais severas. Além dele, estão também a disposição outro Lockheed WP-3D Orion e um Gulfstream IV-SP, apelidados de "Kermit" e 'Gonzo', personagens do Muppets.
"Kermit" e "Miss Piggy" são projetados para voar diretamente para dentro dos furacões, eles têm turboélices de quatro motores, além de serem equipados com sistemas avançados de radar Doppler e sondas que medem temperatura, pressão e velocidade dos ventos. As viagens são feitas a pedido do Centro Nacional de Furacões (NHC) e medem a estrutura e a intensidade das tempestades, produzindo previsões em tempo real e verificando indicadores de marés de tempestade mortais. Essas missões geralmente levam os P-3s ao olho da tempestade para medir sua pressão central.
Enquanto isso, "Gonzo" voa acima e ao redor dos furacões, com um alcance de cerca de 6.437 km e uma altitude de cruzeiro de 45.000 pés. A NOAA usa o G-IV para estudar sistemas meteorológicos na atmosfera superior ao redor da tempestade, o que pode ajudar a prever sua trajetória. Segundo a agência, o G-IV voou ao redor de quase todos os furacões do Atlântico que representaram uma ameaça para os Estados Unidos desde 1997.
Fora da temporada de furacões, as aeronaves também são usadas para estudar fenômenos meteorológicos como o sistema El Niño, gases atmosféricos sobre o Atlântico Norte e tempestades de inverno na costa do Pacífico dos EUA.
Até o momento, "Miss Piggy" fez dois voos para dentro de Milton, atravessando o olho da tempestade várias vezes em um padrão conhecido como "borboleta", que a NOAA usa para identificar o centro do furacão.
Segundo Sofia de Solo, diretora de voo da NOAA, os dados coletados serão usados para ajustar os modelos meteorológicos e aprimorar as previsões. “Esses dados são essenciais, especialmente porque o furacão Milton está prestes a atingir uma área altamente populosa e vulnerável”, afirmou de Solo, referindo-se à região de Tampa, particularmente suscetível a inundações devido ao formato da plataforma continental do Golfo do México.
Além disso, cada vez que o "Miss Piggy" atravessava o olho, sondas eram lançadas para coletar dados no oceano abaixo, ajudando a NOAA a entender melhor as condições que afetam o comportamento da tempestade.
Preparativos para o impacto
Com o furacão Milton se movendo rapidamente em direção à costa da Flórida, as autoridades locais estão em alerta máximo. O NHC emitiu avisos para que as comunidades da região completem suas preparações de emergência e saiam.
Ron DeSantis, governador da Flórida, pediu que a população se prepare para o pior. Segundo ele, há risco de tempestades muito fortes, com inundações que podem chegar a até 4,5 metros e ventos de 285 km/h. Ele disse que 8 mil agentes da Guarda Nacional foram acionados para atuar na região durante o período.
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Nesta semana, o presidente Joe Biden aprovou declarações de emergência para a Flórida e pediu às companhias aéreas que ajudem na retirada das pessoas. “Se você recebeu uma ordem para sair de casa, você deve segui-la agora. Você já deveria ter saído de casa. É uma questão de vida ou morte. E isso não é um exagero”, alertou o presidente.