Fenômeno climático El Niño começa a perder força, mas impactos devem continuar
Previsão da OMM é que calor acima da média continue sendo registrado até maio deste ano
O fenômeno climático El Niño, que atingiu o pico entre novembro de 2023 e janeiro de 2024, começou a perder força. É o que mostra um relatório da Organização Meteorológica Mundial (OMM), que aponta que, mesmo em ritmo enfraquecido, o fenômeno continuará impactando nas temperaturas globais, deixando os termômetros acima da média.
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O El Niño é um fenômeno climático natural que aquece a superfície do oceano no Pacífico tropical central e oriental, alterando o clima e a formação de tempestades pelo mundo. Segundo a OMM, a previsão é que o fenômeno influencie as temperaturas até maio deste ano. A partir de abril, o fenômeno deve atingir 80% de chance de condições neutras.
Apesar de passar para a transição de neutralidade, os impactos associados ao El Niño, como secas severas e chuvas torrenciais, irão continuar em algumas partes do mundo. “Nessa fase pós pico, alguns dos impactos observados vão persistir sobretudo na região da África mais ao sul”, explicou Álvaro Silva, cientista climático da OMM.
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Ele alertou que o fenômeno foi reforçado pela crise climática, que está acelerando cada vez mais os eventos extremos no mundo. Desde junho de 2023, todos os meses tiveram recordes de temperatura, com o ano passado sendo o mais quente já registrado na história. Em janeiro de 2024, a temperatura da superfície do mar foi a mais alta registrada no mês.