Exército de Israel bombardeia fábricas de drones do Hezbollah em Beirute
Governo libanês afirma que ataques violam o acordo de cessar-fogo firmado em novembro do ano passado

SBT News
O exército israelense atacou, nesta quinta-feira (5), vários locais nos subúrbios do sul de Beirute, no Líbano. Segundo as autoridades de Israel, os alvos seriam instalações subterrâneas usadas pelo grupo Hezbollah para a produção de drones.
Os bombardeios aconteceram na véspera do feriado de Eid al-Adha e marcam a primeira vez em mais de um mês que Israel realiza ataques nos arredores da capital libanesa. Esta é a quarta ação desde que um acordo de cessar-fogo, mediado pelos Estados Unidos, encerrou a última guerra entre Israel e o Hezbollah, em novembro do ano passado.
Antes dos ataques, Israel publicou um aviso na plataforma X, antigo Twitter, informando que atingiria oito prédios em quatro locais diferentes.
Apesar do cessar-fogo, Israel tem mantido ataques quase diários contra alvos no sul e no leste do Líbano. O governo libanês afirma que essas ações violam o acordo. Por outro lado, autoridades israelenses dizem que os bombardeios têm o objetivo de impedir que o Hezbollah se reorganize após a guerra, que resultou na morte de grande parte da liderança do grupo e na destruição de seu arsenal.
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Em comunicado, o exército de Israel afirmou que o Hezbollah “está trabalhando para produzir milhares de drones sob a orientação e o financiamento de grupos terroristas iranianos”. O documento ainda destaca que o Hezbollah “usou drones extensivamente em seus ataques contra o Estado de Israel e está ampliando sua produção de drones em preparação para a próxima guerra”.
O Hezbollah, até o momento, não fez nenhuma declaração oficial sobre os ataques. No entanto, um dirigente do grupo negou que existam fábricas de drones nos locais atingidos. “No acordo de cessar-fogo, existe um mecanismo para investigar caso haja alguma denúncia”, afirmou. Segundo ele, “Israel, de modo geral, e Netanyahu, em particular, querem continuar a guerra na região”.
De acordo com um oficial do exército libanês, as forças armadas tentaram evitar os ataques, propondo que autoridades libanesas inspecionassem a área, como prevê o mecanismo do acordo de cessar-fogo. A proposta foi recusada por Israel, e, por isso, os soldados libaneses se afastaram dos locais antes dos bombardeios. Israel não respondeu imediatamente aos pedidos de comentário.
O conflito já causou mais de 4.000 mortes no Líbano, incluindo centenas de civis. Desde o cessar-fogo, em novembro, os ataques israelenses já deixaram 190 mortos e 485 feridos, segundo dados do governo libanês.
*com informações da Associated Press