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EUA vetam resolução da ONU que pedia cessar-fogo imediato e permanente em Gaza

Texto teve apoio de 14 dos 15 membros do Conselho de Segurança, mas foi barrado pelo veto norte-americano

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Um projeto de resolução que pedia um cessar-fogo imediato e permanente em Gaza não foi aprovado no Conselho de Segurança da ONU nesta quarta-feira (4), após os Estados Unidos exercerem seu poder de veto, bloqueando a iniciativa apoiada por todos os dez membros não-permanentes do Conselho.

O texto, co-patrocinado por Argélia, Dinamarca, Grécia, Guiana, Paquistão, Panamá, Coreia do Sul, Serra Leoa, Eslovênia e Somália recebeu 14 votos favoráveis, com os EUA sendo o único voto contrário.

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Como um dos cinco membros permanentes do Conselho, os Estados Unidos têm poder de veto, ou seja, um voto negativo é suficiente para impedir a aprovação de qualquer resolução.

Se aprovado, o projeto teria determinado “um cessar-fogo imediato, incondicional e permanente em Gaza”, com cumprimento exigido de todas as partes envolvidas. Além disso, o texto reafirmava o apelo anterior do Conselho pela “libertação imediata, digna e incondicional de todos os reféns mantidos pelo Hamas e outros grupos”.

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A proposta também manifestava profunda preocupação com a “catastrófica situação humanitária” em Gaza, após meses de bloqueio quase total à ajuda israelense, incluindo o risco de fome, como apontado por avaliações internacionais recentes sobre segurança alimentar.

Além disso, o projeto reiterava a obrigação de todas as partes de respeitarem o direito internacional, incluindo o direito humanitário e o direito internacional dos direitos humanos.

Retomada do fluxo de ajuda

O texto também exigia a “suspensão imediata e incondicional de todas as restrições” à entrada e distribuição de ajuda humanitária na Faixa de Gaza, pedindo acesso seguro e irrestrito para a ONU e seus parceiros em todo o enclave.

O projeto ainda apelava pela restauração de serviços essenciais, respeitando os princípios humanitários e resoluções anteriores do Conselho.

Projeto inaceitável, diz EUA

Antes da votação, a representante interina dos EUA, Dorothy Shea, classificou o projeto de “inaceitável”.

“A oposição dos EUA a esta resolução não deveria ser surpresa – ela é inaceitável pelo que diz, é inaceitável pelo que não diz e é inaceitável pela forma como foi apresentada”, declarou.

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Segundo Shea, os Estados Unidos não apoiarão nenhuma medida que não condene o Hamas e que não exija seu desarmamento e retirada de Gaza. Ela afirmou ainda que o Hamas recusou diversas propostas de cessar-fogo, incluindo uma recente que permitiria o fim do conflito e a libertação dos reféns restantes.

“Não podemos permitir que o Conselho de Segurança recompense a intransigência do Hamas”, disse. “O Hamas e outros terroristas não podem ter futuro em Gaza. Como disse o secretário Marco Rubio: ‘Se uma brasa sobreviver, ela reacenderá o fogo’.”

A rejeição da resolução acontece em meio ao agravamento da crise humanitária em Gaza. Agências da ONU alertam para o colapso dos serviços de saúde, aumento do número de deslocados e crescimento nas mortes, enquanto o novo sistema de distribuição de ajuda, liderado por EUA e Israel, desconsidera estruturas humanitárias já existentes.

“O mundo está assistindo, dia após dia, a cenas horríveis de palestinos sendo baleados, feridos ou mortos em Gaza simplesmente enquanto tentam comer”, afirmou o chefe humanitário da ONU, Tom Fletcher, nesta quarta-feira (4).

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