EUA mudam estratégia sobre Gaza e apresentam resolução de cessar-fogo na ONU
Secretário de Estado defendeu apoio a Israel, mas afirmou que proteção dos civis deve ser prioridade
Os Estados Unidos apresentaram uma resolução no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) pedindo cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza – palco central da guerra entre Israel e Hamas. A informação foi divulgada pelo secretário de Estado, Antony Blinken, nesta quinta-feira (21), durante viagem pelo Oriente Médio.
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“Esperamos muito que os países apoiem isso [a resolução]. Penso que isso enviaria uma mensagem forte, um sinal forte”, disse Blinken. "É claro que estamos com Israel e seu direito de se defender, mas, ao mesmo tempo, é imperativo que os civis estejam em perigo e sofrendo terrivelmente. Devemos torná-los prioridade”, acrescentou.
Segundo o secretário, a resolução inclui o pedido de cessar-fogo e a libertação dos reféns em Gaza, que foram levados de Israel após o ataque do Hamas em 7 de outubro.
Aliados de Israel, os Estados Unidos vetaram resoluções anteriores apresentadas na ONU por outros países sobre o conflito. Entre os textos rejeitados está um apresentado pelo Brasil, em outubro de 2023, que condenava o Hamas pelos ataques terroristas em Israel e pedia um cessar-fogo humanitário em Gaza e a libertação imediata de reféns.
A mudança de estratégia de Washington sobre Gaza acontece em meio a ameaça de Israel de invadir a cidade de Rafah, onde estão abrigados 1,5 milhão de palestinos. Apesar de defender a operação militar israelense, o governo norte-americano pede que Israel apresente um plano credível e executável para abrigar e proteger os civis.
Na última conversa com o premiê de Israel, Benjamin Netanyahu, por telefone, o presidente Joe Biden alertou que a invasão em Rafah pode isolar Israel na comunidade internacional. O alerta, no entanto, não surtiu efeitos, com o premiê afirmando que não irá ceder à pressão internacional e enviará forças terrestres para a cidade.
De acordo com a Casa Branca, uma missão israelense é esperada em Washington nos próximos dias para debater o tema novamente.