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EUA endurecem regras para obtenção de visto; veja as mudanças recentes

Pessoas com menos de 14 e maiores de 79 anos devem fazer entrevistas pessoalmente; outras restrições incluem monitoramento de redes

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Visto norte-americano - Reprodução/freepik
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O Departamento de Estado dos Estados Unidos anunciou, nesta terça-feira (26), mudanças no processo de emissão de vistos, ampliando a exigência de entrevistas.

A partir de 2 de setembro, pessoas com menos de 14 anos e mais de 79 anos também terão que comparecer ao Consulado americano presencialmente para obter o documento. Antes, essas faixas etárias eram isentas da entrevista.

No entanto, existem algumas exceções. São elas:

  • solicitantes de vistos diplomáticos ou oficiais;
  • candidatos de vistos A-1, A-2, C-3 (exceto empregados domésticos), G-1, G-2, G-3, G-4, NATO-1 a NATO-6 ou TECRO E-1 (no geral, direcionados a órgãos internacionais e militares);
  • requerentes de renovação de um visto B-1, B-2 ou B-1/B-2 (turismo/negócios de curta duração) que ainda está válido ou expirou há menos de 12 meses e tinha pelo menos 18 anos quando o visto anterior foi emitido.

Para conseguir a isenção no último caso, de vistos de turismo e negócios, os solicitantes devem atender ainda a outros critérios:

  • fazer a solicitação no seu país de nacionalidade ou residência;
  • nunca ter tido um pedido de visto recusado (a menos que tal recusa tenha sido retirada);
  • não ter inelegibilidade aparente ou potencial.

A mudança integra uma série de medidas do governo de Donald Trump para dificultar o acesso de estrangeiros aos EUA, dentro de uma política considerada “antiamericana” por autoridades locais.

Desde o início do segundo mandato de Trump, o Serviço de Imigração e Cidadania (USCIS) tem adotado critérios mais rigorosos para concessão de vistos.

Abaixo, veja algumas mudanças recentes:

Vistos de estudantes

Desde janeiro de 2025, mais de 6 mil vistos de estudantes estrangeiros foram revogados. Segundo a imprensa internacional, cerca de 4 mil desses cancelamentos ocorreram por violações legais, como agressão, direção sob efeito de álcool e roubo.

Cerca de 300 foram relacionados a “apoio ao terrorismo”. Além disso, estudantes que permaneceram no país após o vencimento do visto também foram afetados.

Em junho, os EUA retomaram a emissão de vistos para estudantes estrangeiros após uma pausa iniciada em maio, mas com novas regras: os candidatos devem liberar acesso às suas redes sociais para análise governamental.

Monitoramento das redes sociais

Para o visto de estudante, o governo norte-americano anunciou que irá monitorar as redes sociais dos solicitantes. A pessoa é obrigada a manter seus perfis, em diferentes plataformas, abertos.

Em entrevista recente ao SBT News, o advogado Bruno Lossio, especialista em imigração, explicou que a recusa de fornecer informações das redes pode levar à negativa do pedido. Segundo ele, comentários contra a administração americana podem influenciar na decisão.

Estudantes que participaram de protestos pró-Palestina têm relatado perseguição migratória e novas restrições de entrada. Um dos casos mais notórios é o de Mahmoud Khalil, pós-graduando da Universidade de Columbia, preso após declarações de Trump sobre reprimir manifestações contrárias à guerra em Gaza.

Documento ficou mais caro

Em julho deste ano, os EUA aprovaram uma taxa adicional de US$ 250 (cerca de R$ 1.390) para emissão de vistos. O valor, que antes era de US$ 185 (R$ 1.028), passará a ser de US$ 435 (R$ 2.419).

A cobrança, chamada Visa Integrity Fee, faz parte do pacote “One Big Beautiful Bill”, sancionado por Trump, e pode ser reembolsada em alguns casos. Em 2025, o número de vistos emitidos para brasileiros caiu 25% em relação a 2024.

Revisão em massa

O governo Trump iniciou uma revisão de mais de 55 milhões de vistos válidos nos EUA.

A medida pode resultar na revogação de documentos por permanência irregular, envolvimento em atividades criminosas ou ameaça à segurança pública. A decisão atinge inclusive vistos de turismo.

Visto para caminhoneiros

Os EUA suspenderam a emissão de vistos de trabalho para caminhoneiros estrangeiros, alegando riscos à segurança e à competitividade dos motoristas americanos.

A decisão, anunciada pelo secretário de Estado Marco Rubio, integra o pacote de endurecimento migratório. Uma pesquisa aponta que a população estrangeira no país caiu 1,5 milhão nos últimos seis meses, totalizando cerca de 52 milhões de imigrantes.

O Departamento de Estado informou que todos os tipos de visto americano continuarão a passar por revisões periódicas para atender às novas diretrizes.

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