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Trump anuncia acordo tarifário dos EUA com o Reino Unido

Premiê britânico confirmou a redução bilateral da cobrança em produtos agrícolas e de tecnologia e cota para exportação de carros

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Trump anuncia acordo tarifário bilateral com o Reino Unido. | Divulgação/Casa Branca
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Era fim de fevereiro quando Keir Starmer chegou à Casa Branca para uma visita oficial. O premiê britânico trouxe, junto às palavras conciliadoras, uma carta do Rei Charles. A correspondência trazia o convite para que o presidente norte-americano Donald Trump visite o Palácio de Buckingham em breve. Naquele mesmo dia, durante uma coletiva de imprensa, ambos foram questionados se a conversa teria resultado em um acordo econômico para evitar a cobrança das tarifas extras sobre os produtos que vêm do Reino Unido. Trump deixou essa possibilidade em aberto.

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Pouco mais de um mês depois, as duas nações fecharam o primeiro acordo desde que a Casa Branca anunciou que os Estados Unidos cobrariam tarifas recíprocas mundialmente. Do lado britânico, representou Starmer o embaixador do Reino Unido em Washington, Peter Mandelson, ex-assessor sênior de Tony Blair e ex-membro do Parlamento pelo Partido Trabalhador.

O acordo segundo a Casa Branca vai expandir o mercado entre os dois países, criando oportunidades de US$ 5 bilhões para novas exportações para agricultores e produtores rurais. Isso inclui mais de U$ 700 milhões em etanol e U$ 250 milhões em produtos agrícolas como carne.

Junto ao presidente Donald Trump, no Salão Oval, estavam o secretário de Comércio, Howard Lutnick, e o secretário de Tesouro, Scott Bessent. Do lado americano, pouco foi dito antes do anúncio oficial do acordo. Trump, pelas redes sociais, disse que esse seria o primeiro de muitos.

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Trump abriu a reunião afirmando que o acordo é anunciado no "Dia da Vitória", em lembrança à vitória dos Aliados sobre o nazismo na Segunda Guerra Mundial. "Nós ganhamos 80 anos atrás", disse o republicano.

Keir Starmer se juntou à reunião por telefone. O premiê chamou o presidente norte-americano pelo primeiro nome, num sinal de proximidade. “Donald, podemos finalizar os detalhes, mas já é um acordo fantástico principalmente em tecnologia”, disse Starmer.

Confira itens do acordo bilateral entre EUA e Reino Unido

* As duas nações se comprometem a trabalhar conjuntamente para acesso de ambos os mercados;

* O acordo fecha brechas e aumenta a competitividade das empresas americanas no mercado de compras do Reino Unido e assegura procedimentos alfandegários simplificados para exportações dos EUA;

* Estabelece compromissos de alto padrão nas áreas de propriedade intelectual, mão de obra e meio ambiente;

* Maximiza a competitividade e protege a cadeia de suprimentos dos fabricantes aeroespaciais dos EUA por meio do acesso preferencial a componentes aeroespaciais britânicos de alta qualidade;

* Cria uma cadeia de suprimentos segura para produtos farmacêuticos;

* A tarifa recíproca de 10%, conforme anunciada anteriormente, está em vigor.

* Os Estados Unidos concordaram com um acordo alternativo para as tarifas sobre automóveis do Reino Unido. Segundo o acordo, os primeiros 100.000 veículos importados para os EUA por fabricantes de automóveis do Reino Unido a cada ano estão sujeitos à taxa recíproca de 10% e qualquer veículo adicional a cada ano estará sujeito a taxas de 25%.

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Os Estados Unidos também reconheceram as medidas de segurança econômica adotadas pelo Reino Unido para combater o excesso de capacidade global de aço e vão negociar um acordo alternativo às tarifas sobre aço e alumínio.

A Casa Branca ainda afirma que o acordo cria uma nova união comercial para aço e alumínio.

Em 2024, o comércio bilateral entre Estados Unidos e Reino Unido chegou a quase U$ 12 bilhões. Os principais produtos britânicos para os norte-americanos são petróleo bruto e gás natural.Redução de tarifas nos setores da agricultura e tecnologia

*Patrícia Vasconcellos é a correspondente do SBT na Casa Branca e integra o pool de repórteres estrangeiros responsáveis pela cobertura do presidente norte-americano. Mestre em Jornalismo de TV pela Goldsmiths College, University of London, é documentarista e integra o escritório da Associação dos Correspondentes Estrangeiros dos Estados Unidos em Washington.

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