EUA afirmam que não consideram devolver armas nucleares à Ucrânia
Possibilidade foi citada pelo New York Times e gerou tensão com o governo russo
Camila Stucaluc
O conselheiro de Segurança da Casa Branca, Jake Sullivan, afirmou, no domingo (1º), que os Estados Unidos não consideram devolver à Ucrânia as armas nucleares cedidas pelo país após a queda da União Soviética. Segundo ele, Washington busca apenas aumentar as capacidades convencionais para que o país se defenda da invasão russa.
"Isso não está sendo considerado. O que estamos fazendo é aumentar várias capacidades convencionais para a Ucrânia para que eles possam se defender efetivamente e levar a luta aos russos, não [dando-lhes] capacidade nuclear", disse ele à ABC News.
A declaração aconteceu após o New York Times publicar um artigo dizendo que o presidente Joe Biden poderia fornecer armas nucleares à Ucrânia antes de deixar o cargo. A possibilidade chegou aos ouvidos do governo russo, que afirmou que a ideia era uma “insanidade absoluta” e que poderia levar a guerra a um outro nível.
Dmitry Medvedev, alto funcionário de segurança russo, alertou que Moscou poderia considerar tal transferência equivalente a um ataque à Rússia, fornecendo base para uma resposta nuclear na Ucrânia. Em meio à tensão, Maria Zakharova, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, disse que era do interesse de todos os governos garantir que tal cenário, que ela chamou de "suicida", não se desenrolasse.
+ Escalada do conflito entre Rússia e Ucrânia pode levar à Terceira Guerra Mundial? Entenda
A Ucrânia herdou armas nucleares da União Soviética após seu colapso, em 1991. O governo, no entanto, desistiu dos projéteis em 1994 sob o Memorando de Budapeste – que proibiu a Rússia, o Reino Unido e os Estados Unidos de ameaçar ou usar qualquer força militar ou coerção econômica contra o país, exceto em legítima defesa.