Esposa de ex-premiê do Nepal é internada em estado crítico após incêndio causado por manifestantes
Jovens atearam fogo à casa de Rabi Laxmi Chitrakar com a mulher dentro; vítima sofreu múltiplas queimaduras e teve os pulmões 'gravemente afetados'
Sofia Pilagallo
A esposa do ex-primeiro ministro do Nepal Jhalanath Khanal está internada em estado crítico depois que manifestantes atearam fogo em sua casa com ela dentro. Rabi Laxmi Chitrakar sofreu queimaduras em "várias partes do corpo" e teve os pulmões "gravemente afetados". As informações, do jornal nepalês Khabar Hub, foram publicadas também no The New York Times.
O ataque ocorre em meio a protestos violentos liderados pelos jovens do país, que levou à renúncia do então primeiro-ministro K.P. Sharma Oli. As forças de segurança usaram munição, canhões de água e gás lacrimogêneo durante protestos em diversas cidades, resultando em ao menos 19 mortes e 400 feridos.
As manifestações começaram na segunda-feira (8), após a proibição, na semana passada, de 26 plataformas de redes sociais no país, que supostamente não estariam cumprindo regulamentações estatais. Entre elas, estão o Instagram e o Facebook.
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O governo suspendeu o bloqueio na manhã desta terça-feira (9), mas os protestos continuaram, refletindo uma frustração mais ampla, com acusações de corrupção contra a elite política do país.
Manifestantes saíram às ruas da capital, Katmandu, e atacaram prédios públicos e residências de líderes políticos, incendiando os edifícios, incluindo o do Parlamento.
Desde que se tornou uma república federal, em 2008, o Nepal enfrenta questões como instabilidade política, corrupção e ao baixo crescimento econômico. O PIB per capita é de apenas US$ 1.447 (cerca de R$ 7.800), segundo dados do Banco Mundial.
Itamaraty defende diálogo
Em nota, o Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty), confirma que não há brasileiros entre as vítimas e defende resolução de forma pacífica.
"O Governo brasileiro apela a todas as forças políticas do Nepal para que busquem a via do diálogo pacífico e inclusivo, com vistas à manutenção da ordem constitucional e democrática. A Embaixada do Brasil em Katmandu acompanha os desenvolvimentos da crise. Até o momento, não há registro de brasileiros afetados. O Governo brasileiro desaconselha, neste momento, viagens não essenciais ao país.", diz nota
