Em ligação vazada com opositor, Trump descreve tiro como "maior mosquito do mundo"
Ex-presidente americano ainda deu detalhes da conversa que teve com Joe Biden após o atentado
O candidato republicano à presidência dos Estados Unidos, Donald Trump, descreveu o tiro de raspão que levou na orelha, durante comício no fim de semana, como “maior mosquito do mundo”. A comparação foi feita em conversa vazada com o postulante independente na corrida presidencial, Robert F. Kennedy Jr.
A gravação foi publicada nesta terça-feira (16) pelo filho de Robert, Bobby Kennedy III. Na conversa, Trump diz que o tiro “parecia um gigante, como o maior mosquito do mundo”.
Trump afirmou ainda que recebeu uma ligação do presidente americano, Joe Biden, após o atentado. Segundo ele, o seu adversário “foi muito agradável” e questionou o motivo do republicano ter escolhido desviar a cabeça para a direita exatamente na hora em que foi atingido pela bala.
“Foi muito agradável, na verdade. Ele me ligou e disse ‘como você escolheu mover-se para a direita?’. Eu disse que estava apenas mostrando um gráfico. Eu apenas virei minha cabeça para mostrar o gráfico e algo me envolveu. Parecia um gigante, como o maior mosquito do mundo”, disse ele, na ligação.
Ainda durante a conversa, Trump aparenta sugerir a Robert Kennedy que desista da corrida presidencial para se unir ao republicano na queda de braço contra Joe Biden.
“De qualquer forma, eu gostaria que você fizesse algo. Eu acho que seria muito bom e muito grande para você. E nós vamos vencer, estamos muito à frente do cara [Biden]”, disse Trump.
O vídeo foi apagado das redes sociais horas depois de ser publicado por Bobby Kennedy. Logo depois, Robert pediu desculpas pela divulgação do conteúdo, por meio do X.
"Quando o presidente Trump me ligou, eu estava gravando com um videógrafo interno. Eu deveria ter mandado o videógrafo parar de gravar imediatamente. Estou mortificado que isso tenha sido postado."
O atentado
O ataque aconteceu no último sábado (13). Trump estava fazendo um comício na cidade de Butler, na Pensilvânia, quando foi alvo de tiros. Em um vídeo, é possível ver o momento em que o ex-presidente leva as mãos à orelha, que aparece ensanguentada, e é imediatamente protegido e escoltado por agentes do Serviço Secreto norte-americano.
Identificado como Thomas Matthew Crooks, de 20 anos, o atirador foi morto logo após os disparos. Um fuzil AR-15 foi recuperado junto ao corpo do agressor. Segundo a polícia, ainda não há informações sobre a motivação do crime.
O atentado deixou um morto, o bombeiro Corey Comperatore, de 50 anos, e dois feridos gravemente: David Dutch, 57, e James Copenhaver, 74. Ambos seguem internados. No domingo (14), Trump confirmou que seguirá com os compromissos de campanha.
Segundo o canal de televisão local WPXI-11 News, Crooks não tem antecedentes criminais. De acordo com registro de eleitores no condado de Allegheny, o atirador era filiado ao Partido Republicano.