Eleições na França: Frente ampla barra avanço de extrema-direita, diz projeção
Depois de um crescimento expressivo no primeiro turno, partido de Le Pen deve ficar atrás blocos de esquerda e centro
As primeiras projeções sobre o resultado do segundo turno das eleições parlamentares na França mostram uma inversão em relação aos resultados do primeiro turno. Se na primeira votação a extrema-direita surpreendeu, a reação foi uma união em torno da Nova Frente Popular, de centro-esquerda, que deve conquistar a maioria dos assentos.
O ala centrista, liderada pelo presidente Emmanuel Macron, deve ficar em segundo lugar. A extrema-direita, do Reunião Nacional, liderado por Marine Le Pen, aparece em terceiro, segundo projeções citadas pela agência Associated Press.
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Realinhamento de forças
A reação começou com a desistência de candidatos de direita, de centro e de esquerda em favor dos nomes que tinham maiores chances de derrotar os candidatos da extrema-direita.
Tanto Macron como o seu primeiro-ministro, Gabriel Attal, passaram a última semana pedindo para que candidatos de seu partido, o Renascimento, que estavam em terceiro lugar deixassem a disputa. O mesmo aconteceu na esquerda, com o líder do partido França Insubmissa, Jean-Luc Mélenchon, apoiando a desistência de candidatos da aliança de esquerda em distritos onde havia maior chance de centristas vencerem os candidatos apoiados por Le Pen.
O objetivo era impedir que o Reunião Nacional, de extrema-direita, obtenha os 289 assentos necessários para uma maioria absoluta na câmara baixa, que tem 577 cadeiras.
Como funciona o sistema político francês
Diferentemente do Brasil, o sistema eleitoral da França elege os deputados em dois turnos. O país é dividido em distritos e cada uma dessas regiões pode eleger apenas um representante. Naquelas em que nenhum candidato conseguir mais de 50% dos votos, acontece o segundo turno.
As eleições foram antecipadas depois que o presidente Emmanuel Macron dissolveu o parlamento, numa tentativa de levar o legislativo do país para o "centro".
Pela lei francesa, Macron – que governa até 2027 – só pode dissolver a casa novamente a partir do ano que vem.