Corpos de médicos mortos por exército de Israel são encontrados em Gaza
Ao todo, 14 vítimas foram encontradas em Rafah; um nono médico segue desaparecido

Gabriel Sponton
Quatorze corpos, oit deles de médicos e enfermeiros, foram encontrados neste domingo (30) em Rafah, na Faixa de Gaza. Segundo o Crescente Vermelho Palestino, as vítimas fazem parte de um grupo que não dava notícias há quase uma semana.
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Além dos profissionais da saúde, foram encontrados também seis corpos de integrantes da Defesa Civil e um de um funcionário de uma agência da Organização das Nações Unidas. Um nono médico continua desaparecido.
Neste sábado (29), militares israelenses admitiram ter disparado contra ambulâncias em Rafah, no último domingo (23), alegando se tratar de "veículos suspeitos". Os ataques na região começaram no dia 20, dois dias após a retomada dos bombardeios aéreos na Faixa de Gaza, depois de quase dois meses de trégua.
Em comunicado, o Crescente Vermelho Palestino afirmou que "esse massacre de nossa equipe é uma tragédia não somente para nós do Crescente Vermelho Palestino, mas também para o trabalho humanitário e a humanidade".
"O Crescente Vermelho Palestino demanda que os autores desse crime de guerra sejam responsabilizados e que uma investigação imediata e urgente seja conduzida para garantir justiça para as vítimas deste massacre".
Em nota, a Federação Internacional da Cruz Vermelha — maior rede humanitária do mundo — afirmou estar "indignada com as mortes de oito médicos do Crescente Vermelho Palestino".
"Mesmo nas mais complexas zonas de conflito, existem regras. Essas regras do Direito Internacional Humanitário não poderiam ser mais claras — civis precisam ser protegidos; humanitários precisam ser protegidos. Serviços de saúde precisam ser protegidos", afirmou o grupo.