COP 29 no Azerbaijão inicia discussões cruciais sobre futuro do clima global
Em 2025, o Brasil sediará o evento, que deve marcar a revisão do Acordo de Paris, estabelecido para reduzir as emissões de gases do efeito estufa
A 29ª edição da Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas (ONU), a COP 29, começa, nesta segunda-feira (11), em Baku, capital do Azerbaijão. Em 2025, será a vez do Brasil sediar o encontro.
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A edição brasileira será a primeira com a presença de Donald Trump de volta à presidência dos Estados Unidos, o que gera preocupação entre especialistas sobre a possível saída do país do acordo climático.
"A gente tem muito pouco tempo para reduzir os gases de efeito estufa em quase pela metade só para 2030 [...] se a gente tira o maior emissor histórico e o segundo maior emissor atual, que são os Estados Unidos, vai ficar ainda mais difícil limitar o aquecimento a um grau e meio", explica Stela Herschmann, especialista do Observatório do Clima,
Antes disso, questões centrais serão debatidas em Baku, como a regulamentação do mercado global de carbono e o aumento do financiamento climático, chamado NCQG, para apoiar ações de combate às mudanças climáticas. Para André Corrêa do Lago, secretário do Clima do Ministério de Relações Exteriores, é necessário integrar o clima às atividades econômicas e pressionar os países desenvolvidos a transferirem recursos de maneira mais acessível aos países em desenvolvimento.
A cidade de Belém, no Pará, é a primeira na Amazônia a receber o evento em 2025 e já anunciou medidas para a COP 29, incluindo uma concessão público-privada para restauração florestal, que abrangerá uma área de mais de 10 mil hectares, gerando cerca de dois mil empregos. Raul Protazio Romão, secretário do Meio Ambiente do estado, explicou que a iniciativa "vai restaurar essa área se remunerando a partir do mercado de carbono".
O Brasil, com papel de liderança climática, é visto como peça chave para o avanço das ações ambientais globais.
"A gente não pode querer ser a liderança climática global e o quarto maior produtor de petróleo do mundo", alertou Stela Herschmann, destacando a necessidade de ação prática.