Comissão Europeia propõe sanções contra Israel após nova ofensiva em Gaza
Bloco também estuda suspender concessões comerciais e apoio bilateral ao país

Camila Stucaluc
A Comissão Europeia propôs, na quarta-feira (17), novas sanções comerciais contra Israel e ministros israelenses de extrema-direita. A medida, segundo o bloco, acontece em resposta à nova ofensiva militar de Tel Aviv na Faixa de Gaza — palco da guerra entre Israel e Hamas.
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Se as sanções forem aprovadas pelos Estados-membros da União Europeia (UE), o acordo de livre comércio com Israel será parcialmente suspenso. Isso significa que Tel Aviv perderia o acesso preferencial ao mercado europeu, que ficaria sujeito às mesmas tarifas que países com o qual o bloco não tem acordo de livre comércio.
“As propostas surgem na sequência de uma análise da conformidade de Israel com o artigo 2.o do Acordo, que concluiu que as medidas tomadas pelo governo israelita constituem uma violação de elementos essenciais relacionados com o respeito dos direitos humanos e dos princípios democráticos, o que confere à UE o direito de suspender unilateralmente o Acordo”, explicou o bloco.
Além das medidas comerciais, a Comissão propôs suspender o apoio bilateral a Israel, com exceção do apoio à sociedade civil e ao Yad Vashem — Centro Mundial de Memória do Holocausto. A ação afetaria as doações anuais entre 2025 e 2027, bem como os projetos de cooperação institucional em curso com Israel e os projetos financiados ao mecanismo de cooperação regional UE-Israel.
“Os terríveis acontecimentos que ocorrem diariamente em Gaza têm de cessar. É necessário um cessar-fogo imediato, um acesso irrestrito a toda a ajuda humanitária e a libertação de todos os reféns detidos pelo Hamas. A UE continua a ser o maior doador de ajuda humanitária e um defensor inabalável da solução assente na coexistência de dois Estados”, disse a presidente da Comissão, Ursula von der Leyen.
Sanções ao Hamas
No mesmo pacote, a Comissão propôs impor novas sanções contra 10 integrantes do Hamas. Assim como com Israel, a medida visa pressionar o grupo armado a chegar a um acordo de cessar-fogo.
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“Entre as opções em cima da mesa, a suspensão das concessões comerciais e a imposição de sanções a ministros extremistas, colonos violentos e agentes do Hamas enviariam uma mensagem forte da União Europeia: Esta guerra tem de acabar, o sofrimento tem de parar e os reféns têm de ser libertados”, frisou a vice-presidente do bloco, Kaja Kallas.