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China troca soja dos EUA pela brasileira e produtores pedem que Trump faça acordo

Agricultores pressionam governo americano por negociação com a China para evitar perdas bilionárias

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A China tem buscado diversificar suas fontes de fornecimento, incluindo o aumento das importações do Brasil. | Semadesc
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Os produtores de soja dos Estados Unidos destacaram em carta ao presidente Donald Trump, divulgada nesta terça-feira (19), que a China está substituindo a soja americana pela brasileira em meio às tensões comerciais entre os dois países. Eles pedem que a Casa Branca garanta um acordo que priorize a soja e reabra o mercado chinês.

No texto, os trabalhadores alertaram sobre o risco de prejuízo bilionário a longo prazo, caso o país asiático continue a evitar o produto dos EUA. A China é o maior comprador de soja do mundo.

“Os produtores de soja estão sob extrema pressão financeira. Os preços continuam caindo e, ao mesmo tempo, nossos produtores estão pagando significativamente mais por insumos e equipamentos. Os produtores de soja dos EUA não podem sobreviver a uma disputa comercial prolongada com nosso maior cliente”, escreveram os agricultores, representados pela Associação Americana de Soja (American Soybean Association - ASA).

+ Produtores discutem impacto indireto do tarifaço dos EUA sobre o mercado da soja; entenda

Segundo a entidade, tarifas retaliatórias tornaram a soja dos EUA cerca de 20% mais cara do que a sul-americana, o que levou Pequim a ampliar as importações do Brasil, que aumentou sua produção para atender à demanda. "Isso coloca nossos produtores em uma desvantagem competitiva prematura", afirmaram na carta.

Conforme o UN Comtrade, banco de dados de estatísticas de comércio de mercadorias das Nações Unidas, somente em junho, a China importou 10,39 milhões de toneladas de soja do Brasil. Em maio, foram 10,37 milhões de toneladas.

Em comparação, os Estados Unidos, que, em março, enviaram 1,7 milhão de tonelada de soja aos asiáticos, viram as exportações caírem para 487 mil toneladas em abril e 135 mil toneladas em maio.

"Cada dia sem um acordo corrói ainda mais a participação de mercado dos agricultores americanos na China”, alertou Caleb Ragland, presidente da ASA.

+ China diz que vai substituir grão dos EUA por soja do Brasil

China já foi o principal destino da soja dos EUA

Historicamente, a China importa mais de 60% do suprimento mundial de soja, tendo os EUA como sua principal fonte. O país comprou 54% das exportações de soja dos EUA na campanha de 2023-2024, no valor de US$13,2 bilhões, de acordo com a associação.

No entanto, até agora, Pequim não fez pré-compra da próxima safra dos EUA, um atraso considerado incomum pelos produtores. Em anos normais, nessa altura já teria encomendado cerca de 14% de suas compras anuais.

"Os produtores de soja dos EUA estão à beira de um precipício comercial e financeiro. (...) Instamos veementemente o governo a garantir um acordo que reabra este mercado vital para a soja americana", finalizaram.

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