China é acusada de usar Inteligência Artificial para espalhar notícias falsas nos EUA
Objetivo seria influenciar a opinião pública e criar instabilidade no cenário político americano
Patrícia Vasconcellos
De acordo com um relatório divulgado pela Microsoft nesta sexta-feira (5), a China estaria planejando utilizar a IA para disseminar notícias falsas entre os eleitores americanos. Segundo o documento, a estratégia envolve abordar temas sensíveis que causam divisões nos Estados Unidos, tais como aquecimento global, imigração, racismo e drogas.
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Os perfis responsáveis por essa campanha utilizam vídeos, infográficos com suposto caráter oficial, sketches humorísticos e os populares "memes". O objetivo seria influenciar a opinião pública e criar instabilidade no cenário político americano.
O relatório ainda alerta para o uso semelhante da tecnologia nas próximas eleições da Coreia do Sul e da Índia, esta última sendo a maior democracia do mundo, que se prepara para ir às urnas em breve. A China já teria realizado um teste desse método em Taiwan, embora sem resultados relevantes, já que o candidato anti-Pequim foi eleito.
Apesar das evidências apresentadas, a China ainda não se pronunciou oficialmente sobre as acusações. Essa revelação surge num momento delicado, em que a Casa Branca busca melhorar as relações bilaterais com Pequim. O presidente Joe Biden recentemente conversou por telefone com Xi Jinping, e a secretária do Tesouro americano viajou para Guangzhou em uma visita que deve durar todo o fim de semana.
A visita de Janet Yellen à China tem como objetivo acalmar as tensões e promover um ambiente de competição saudável entre as duas maiores economias do mundo. No entanto, as denúncias de uso indevido da IA para influenciar processos democráticos lançam uma sombra sobre essa relação, evidenciando os desafios éticos e políticos associados ao avanço tecnológico em escala global.