Cessar-fogo entre Israel e Hamas entra em vigor após atraso na lista de reféns e ataque aéreo
Anúncio da trégua no conflito foi confirmado pelo gabinete do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu
Derick Toda
Após a lista de reféns que deveriam ser libertados pelo Hamas atrasar e um ataque aéreo israelense matar oito pessoas, Israel informou que o cessar-fogo entrou em vigor neste domingo (19), às 11h15, horário local, 6h15, de Brasília.
O anúncio da trégua no conflito foi confirmado pelo gabinete do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu.
O acordo inicial previa que o Hamas divulgasse os nomes de três reféns que seriam libertados em troca de dezenas de prisioneiros palestinos. No entanto, houve um atraso de cerca de três horas nessas informações, o que motivou o ataque de Israel, na Faixa de Gaza.
Segundo a agência de notícias Associated Press, uma autoridade israelense confirmou serem três mulheres que vão ser soltas ainda no domingo: Romi Gonen, de 24 anos, Emily Damari, 28, e Doron Steinbrecher, 31
Gonen foi sequestrada no festival de música, no dia 7 de outubro de 2023. As outras duas foram raptadas no Kibutz Kfar Aza, vilarejo no Sul de Israel. Damari é uma cidadã dupla israelense-britânica.
O Hamas havia justificado o atraso na entrega dos nomes por "razões técnicas" e declarou que está comprometido em cumprir o acordo de cessar-fogo.
O combinado de cessar-fogo foi mediado pelo Catar, Egito e Estados Unidos. Nessa primeira fase de trégua, Israel vai libertar 737 prisioneiros palestinos, segundo o Ministério da Justiça do país.
O Hamas libertará 33 detidos sequestrados no ataque surpresa em uma festa eletrônica. Além do sequestro, o avanço do grupo militar matou 1200 israelenses.
A segunda etapa terá a troca dos demais reféns de Israel, incluindo soldados, pela retirada total das tropas de Tel Aviv da Faixa de Gaza.
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Já na fase final, os corpos dos reféns mortos no enclave palestino serão devolvidos às famílias e os países elaborarão um plano de reconstrução para Gaza.
Os mediadores do cessar-fogo acreditam que a trégua pode ser um passo significativo para aliviar a crise humanitária em Gaza e reduzir a violência na região.
Em 15 meses, o conflito resultou em uma destruição generalizada em territórios da Faixa de Gaza. Mais de 46 mil palestinos foram mortos por bombardeios de Israel, em áreas escolares, de abrigos e hospitalares. As principais vítimas eram mulheres e crianças.