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Brasileiros matriculados em universidades argentinas correm o risco de perder o ano letivo

Estudantes estão sendo considerados "falsos turistas" e mandados de volta ao Brasil na chegada a Buenos Aires

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Brasileiros matriculados em universidades argentinas correm o risco de perder o ano letivo. Muitos estão sendo considerados "falsos turistas" e mandados de volta ao Brasil na chegada a Buenos Aires. A medida surpreendeu estudantes, que se baseiam no acordo do Mercosul para morar no país vizinho.

Moradora do ABC Paulista, uma estudante - que prefere não mostrar o rosto - deveria estar cursando o primeiro ano de artes, na Universidade Nacional da Argentina, mas ao desembarcar em Buenos Aires, em 30 de janeiro, foi barrada, e obrigada a retornar ao Brasil, mesmo apresentando toda a documentação.

"Matriculada da faculdade, comprovante de residência tanto do Brasil quanto de lá, porque eu já tinha no contrato um lugar para ficar, extratos bancários, comprovantes de renda, tudo bonitinho".

A estudante foi apontada como "falsa turista", que é como as autoridades de imigração argentinas tem classificado, desde o início do ano, brasileiros que não cumprem exigências para a entrada no país, antes dispensadas, como uma passagem de volta com data marcada.

Os brasileiros costumam entrar na Argentina com visto de turista e lá iniciam os trâmites para obter residência permanente.

A gaúcha Liziana Amaran mora em Buenos Aires, onde se formou em direito e trabalha como advogada. Ela se surpreendeu com as restrições: "é uma mudança não escrita, no sentido que, faz mais de 10 anos, todos os anos, muitos brasileiros ingressam pelas diferentes fronteiras da Argentina sem nenhum problema".

A dispensa de vestibular, a qualidade das faculdades públicas e o baixo custo das particulares já levaram 10 mil estudantes brasileiros ao país vizinho. Muitos têm procurado orientações do Itamaraty que, em nota, afirma ter reiterado ao governo argentino a importância da aplicação do acordo sobre residência e livre trânsito de pessoas dos países do Mercosul.

Em resposta, as autoridades portenhas informaram que uma das exigências, agora, é um visto específico para estudantes.

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