Brasileiro detido em Israel entra em greve de sede e se recusa a assinar deportação, diz esposa
Thiago Ávila estava em embarcação que tentava levar ajuda humanitária para a Faixa de Gaza e foi interceptada pela Marinha israelense
SBT News
Lara Souza, esposa do ativista Thiago Ávila, coordenador da Flotilha Global Summud, afirmou que ele está fazendo greve de sede desde o último sábado (4) e que não assinou documentos de deportação. Na última quarta-feira (1º), a Marinha israelense interceptou o barco em que estavam ele e outros ativistas, incluindo a sueca Greta Thunberg. A embarcação transportava ajuda humanitária para a Faixa de Gaza.
Em entrevista à empresa de mídia árabe Al Jazeera, Lara disse que Thiago, que já estava também em greve de fome, não vai beber água até que os outros membros da flotilha recebam os remédios que precisam. Na sexta-feira (3), diplomatas brasileiros que visitaram os detidos informaram que todos os ativistas brasileiros aparentavam estar em boas condições de saúde.
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Lara contou ainda que a recusa de Thiago em assinar os documentos de deportação se deu em razão de informações que constavam nos papéis. Segundo o texto, Thiago havia cometido um crime ao tentar entrar em Israel ilegalmente. A mulher contesta o fato apresentado, afirmando que o marido foi sequestrado em águas internacionais.
Lara afirmou que Thiago foi interrogado muitas vezes, assim como outros ativistas. De acordo com ela, os integrantes da flotilha começaram a ser interrogados assim que foram detidos, antes mesmo de os advogados terem sido autorizados a vê-los.
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A mulher não está em contato direto com o marido e recebe as informações pela advogada de Thiago, da ONG Adalah, centro jurídico que atua na defesa dos direitos das minorias árabes em Israel. A jurista disse que seu cliente foi interrogado mais vezes do que o normal, mas não soube justificar por quê.
Segundo uma fonte do Itamaraty, não há previsão de liberação. Diplomatas brasileiros realizaram nesta segunda-feira (6) uma segunda visita aos cidadãos brasileiros detidos em Israel e estão trabalhando para sua liberação.
Thiago Ávila Brasil também estava na primeira flotilha que tentou levar ajuda humanitária em Gaza e também foi interceptada por Israel, em junho deste ano. Na ocasião, ele também fez greve de fome e sede e se recusou a assinar os documentos de deportação.