Balões com lixo enviados pela Coreia do Norte caem em complexo presidencial da Coreia do Sul
Autoridades descartaram risco de contaminação por itens; provocação aumenta tensão entre países
A Coreia do Norte voltou a enviar balões carregados de lixo à Coreia do Sul nesta quarta-feira (24). Segundo as autoridades de Seul, os balões caíram no complexo do gabinete presidencial, o que levou o Serviço de Segurança a mobilizar equipes de resposta química, biológica e radiológica. Nenhum material apresentou contaminação.
+ Defesa, ataque e barganha: a influência do poder nuclear da Coreia do Norte
Esse foi o 10º lançamento de balões com lixo pela Coreia do Norte desde maio. As centenas de balões já foram carregadas com papéis usados, pedaços de pano e bitucas de cigarro. No primeiro envio, os carregamentos também levaram fezes.
A Coreia do Norte justifica os lançamentos como resposta às ações semelhantes promovidas por ativistas sul-coreanos e desertores norte-coreanos. Os grupos vêm enviando balões com panfletos anti-Pyongyang para tentar encorajar os moradores a enfrentarem o regime de Kim Jong-un – líder supremo do país desde 2011.
Nas últimas semanas, a Coreia do Sul também voltou a transmitir mensagens contra o governo norte-coreano nos alto-falantes na fronteira, bem como músicas K-pop. Isso provocou Kim Jong-un, que já ameaçou atirar nas caixas de som.
As campanhas no estilo Guerra Fria estão aumentando a tensão na península coreana. Apesar de os balões não causarem grandes danos, o temor é que as provocações partam para um conflito armado, uma vez que a relação dos países foi balançada pela suspensão de um acordo de 2018 que visava reduzir as tensões entre as Coreias.
+ Coreia do Sul volta a fazer disparos de advertência após norte-coreanos cruzarem fronteira
Com isso, atividades militares foram retomadas na região da fronteira. Militares sul-coreanos afirmam que a Coreia do Norte está aumentando a construção no local, com a provável instalação de barreiras antitanque, reforço de estradas e plantio de minas terrestres. A suspeita é que os soldados estejam tentando dificultar a fuga de civis e militares para o Sul, em meio à repressão do governo.
