Australiana é considerada culpada de matar sogros com cogumelos envenenados
Vítimas adoeceram após refeição servida por Erin Patterson; outra pessoa também morreu e uma ficou gravemente ferida

Camila Stucaluc
A australiana Erin Patterson foi considerada culpada pela morte de três parentes durante um almoço em 2023. Ela teria preparado e servido uma refeição com cogumelos venenosos para os próprios sogros, Gail e Donald Patterson, e para a irmã de Gail, Heather Wilkinson. O marido de Heather também estava no almoço, mas sobreviveu.
Ao todo, 15 jurados acompanharam o julgamento do caso, realizado no Tribunal de Magistrados de Latrobe Valley, na cidade de Morwell. A promotoria defendeu que Patterson conscientemente colocou os cogumelos tóxicos na refeição e descartou evidências. A defesa, por sua vez, argumentou que as mortes foram acidentais.
Após 11 semanas de depoimentos, o júri considerou Patterson culpada das três acusações de assassinato e de uma acusação de tentativa de homicídio. A sentença ainda será anunciada, em data a ser definida. Segundo a Corte, a australiana tem até 28 dias para apelar da decisão do júri.
Em comunicado, a Polícia de Victoria, responsável pela investigação, agradeceu aos promotores que trabalharam no caso. “Nossos pensamentos estão com as respectivas famílias neste momento e reconhecemos o quão difícil foram os últimos dois anos para eles. Continuaremos a apoiá-los de todas as maneiras possíveis após esta decisão.”
Entenda
O almoço aconteceu no dia 29 de julho de 2023. À polícia, Patterson disse que planejou o encontro um mês antes para anunciar que estava com câncer e pedir conselho sobre como contar aos filhos. O marido da australiana, Simon, também havia sido convidado, mas ligou cancelando a presença horas antes. O casal estava separado desde 2015, mas não havia oficializado legalmente.
No almoço, foi servido uma carne contendo cogumelos venenosos. Após consumir a refeição, os sogros de Patterson, Gail e Donald, e a irmã de Gail, Heather Wilkinson, passaram mal e foram levados ao hospital, onde morreram dias depois. O marido de Heather, Ian, também estava no almoço, mas conseguiu se recuperar, recebendo alta em setembro.
A defesa afirmou que Patterson também foi ao hospital, pois estava sofrendo de diarreia. A promotoria confirmou o atendimento na unidade de saúde, mas disse que os registros médicos mostram que a acusada foi diagnosticada com uma doença gastrointestinal leve e que recusou tratamento. Antes de deixar a unidade, ela assinou um "formulário de alta contra aconselhamento médico".
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Questionada, Patterson disse que não havia colocado os cogumelos na refeição – o que foi desmentido pela promotoria pouco tempo depois. A defesa argumentou que a australiana entrou em pânico e, por isso, mentiu para a polícia. Disse, ainda, que a cliente nunca teve intenção de prejudicar os convidados.